Um dos maiores ídolos do Paraná Clube e terceiro maior artilheiro da história, com 64 gols, o meia Lúcio Flávio mais uma vez foi peça fundamental do Tricolor na última temporada. Mas em 2014 ele não se destacou apenas dentro de campo. Fora das quatro linhas, o jogador exerceu sua função de líder e comprou a briga com a diretoria sobre aos salários atrasados.
Aos 35 anos, o experiente atleta nunca escondeu sua insatisfação com a diretoria devido à falta de estrutura no clube e também pelos prazos de pagamentos não cumpridos. Justamente por isso, e por ser um dos mais velhos de um jovem elenco, Lúcio Flávio se tornou uma espécie de ‘escudo’ do grupo. Batendo de frente, sempre cobrou o presidente Rubens Bohlen e uma atitude da direção para resolver os problemas.
Em junho, durante a Copa do Mundo, o time paranista realizou uma greve e não entrou em campo no jogo-treino com o Coritiba, no Couto Pereira. O motivo era justamente os salários atrasados. Na época, o capitão tricolor lamentou o ocorrido e mais uma vez escancarou os problemas. “Tem sido um tanto repetitiva essa história, mas infelizmente a situação ainda não foi ajustada dentro do clube. Temos ainda diversas situações recorrentes, principalmente pelo fato dessa paralisação (do campeonato), as dificuldades são bem grandes. Existiram três promessas de pagamento e infelizmente isso não ocorreu.
Tem vários jogadores passando por dificuldades e isso tem sido ruim para o nosso trabalho. O ruim de tudo é que com a promessa você define datas e, principalmente em uma situação dessa, onde você já tem alguns meses de atraso, qualquer pessoa vai confiar que, pelo menos dentro daquele dia, vai receber talvez um dos meses. Quando isso não acontece há a decepção, a frustração, e, infelizmente, isso tem acontecido”, disse ele, na época.
Em meio a essa crise de bastidores, o Paraná sofreu em campo. Com uma campanha irregular na Série B do Campeonato Brasileiro, o Tricolor em algumas ocasiões se viu ameçado pelo rebaixamento para a Série C. E a liderança de Lúcio perante o grupo foi fundamental para que o time conseguisse melhores resultados.
Os números não foram tão bons. Em 44 jogos, foram apenas quatro gols e dez assistências. Mesmo assim, quando ficou de fora por conta de lesões, sua ausência era sentida e modificava a forma do Paraná jogar. Tanto que chamou a atenção do Atlético. Indicado por Claudinei Oliveira, seu ex-técnico, Lúcio quase foi parar no rival, mas segue na Vila Capanema em 2015.