O futuro do Paraná Clube foi definido com muito suor ao longo do returno do Brasileiro da Série B. Após afastar o risco de rebaixamento, o clube tenta agora se organizar para 2009. E a essência do que será o Tricolor no ano que vem será delineada nos próximos dias. A diretoria espera para amanhã uma resposta do técnico Paulo Comelli à proposta de renovação contratual feita na última quinta-feira. Somente após a decisão do treinador é que outras decisões relativas ao departamento de futebol serão tomadas.
“Há um consenso entre todos nós da diretoria de que o Comelli deve continuar”, comentou o vice de finanças do clube, Waldomiro Gayer Neto. A continuidade do trabalho executado ao longo dos últimos cento e poucos dias seria o pontapé inicial para a montagem de um planejamento equilibrado e capaz de sonhar com algo maior do que a simples permanência na Segundona do futebol brasileiro. Porém, mesmo com este sonho na cabeça, o Paraná não está disposto a “cometer loucuras”. Nas palavras do presidente Aurival Correia, o Tricolor pretende “apertar o cinto” e trabalhar com um elenco mais enxuto.
Não apenas na quantidade de atletas, mas também na relação custo-benefício. Jogadores com salários mais altos dificilmente continuarão na Vila Capanema. Talvez o maior exemplo disso seja o atacante Leonardo. Depois de muito tempo se recuperando de três cirurgias no púbis, o atacante voltou a jogar, participou de onze jogos e novamente aportou no departamento médico.
Os indícios são de que o atleta irá mesmo para o Avaí e ao que tudo indica de forma definitiva, com o Paraná negociando os 70% que detém de seus direitos econômicos.
Com transações como essa e, talvez, a venda dos outros atletas, como Giuliano (o Paraná tem ainda 40% dos direitos do garoto) o Tricolor espera ajustar seus cofres, já que a permanência na Segundona custou caro.
“Na verdade, não trabalhamos no vermelho, mas fomos obrigados a comprometer recursos que seriam aplicados nos primeiros meses do ano que vem”, admitiu Gayer Neto. Neste natural processo de reformulação do grupo de jogadores, a permanência de Paulo Comelli e André Chita é vista como prioridade para a diretoria.
Por isso, Aurival Correia se antecipou à reunião de diretoria realizada na sexta e apresentou uma proposta oficial ao treinador. Nada além da realidade financeira, pelo que se pôde apurar. Na verdade, o clube ofereceu a manutenção do atual salário do treinador. “Estes números já estão no limite daquilo que podemos dispor”, disse Waldomiro Gayer, sem citar valores. Para tentar “seduzir” Comelli a permanecer, o clube ofertaria prêmios significativos para a conquista do Estadual e também para o acesso à primeira divisão do futebol brasileiro.
Isto porque além da competência que mostrou nos jogos, Paulo Comelli foi decisivo na reformulação emergencial do elenco. Este conhecimento do treinador e o seu bom trânsito entre clubes do interior paulista seriam importantes na busca por reforços visando um grupo mais forte para 2009. Além disso, Paulo Comelli conseguiu uma perfeita sintonia com a cúpula do futebol, formada por Paulo Welter (diretor) e Beto Amorim (gerente). “Acho que com esse comando mantido, nosso caminho será menos espinhoso no ano que vem”, arrematou o vice de finanças paranista.