Perigo está dentro de casa

Para a Polícia Militar o jogo entre o Coritiba e o Atlético foi tranquilo, ontem, na Arena da Baixada. No entanto alguns incidentes foram registrados. Segundo informações da assessoria de imprensa do Comando de Policiamento da Capital (CPC) torcedores rubro-negro revoltados com a derrota chegaram a quebrar várias cadeiras na Arena da Baixada. Além disto, 22 pessoas foram detidas dentro do estádio, sendo 18 liberadas em seguida.

Logo após a confirmação do resultado, a torcida do atlético quebrou cadeiras no estádio e a polícia precisou intervir para conter os ânimos. A diretoria do clube chegou a realizar uma reunião para ver que providencias deveriam ser tomadas. Entre as pessoas detidas, quatro foram encaminhadas para o 3º Distrito, sendo duas por briga, uma por lesão corporal e outra pelo uso de substâncias tóxicas.

A torcida do Coxa e a delegação tiveram uma volta tranqüila para o Alto da Glória, onde foi realizada a comemoração do título. Eles esperaram dentro do estádio até a torcida do Atlético se dispersar e foram escoltados por policias.

Para garantir a segurança após o jogo, a Polícia Militar disponibilizou um efetivo de cerca de 500 homens, que atuaram em vários pontos da cidade. Principalmente no centro, próximo ao estádio Couto Pereira e perto de terminais de ônibus. Um incidente sem gravidade havia sido registrado em um terminal da cidade.

Rigor

Edson Ferreira Pedroso, 28 anos, ligou para a redação da Tribuna reclamando que os policiais da RONE (Ronda Ostensiva de Natureza Especial) estariam cometendo excessos. Ele teria impedido que um policial batesse em um homem negro com uma criança no colo. Mas acabou sobrando para ele e levou várias pancada nas costas. Edson ia fazer exame de corpo de delito em um hospital em São José dos Pinhais.

Bettega vai brigar para eliminar Fanáticos

A quebradeira de cadeiras nas arquibancadas revoltou os dirigentes atleticanos. O vice-presidente do conselho deliberativo, Antônio Carlos Bettega, veio à público criticar a torcida organizada Os Fanáticos e ameaçou a uniformizada de banimento da Baixada. De acordo com o dirigente, os torcedores vinculados a essa entidade seriam “hunos” pelo comportamento demonstrado nas arquibancadas.

“Hoje (ontem), esse vândalos fizeram isso contra o nosso esforço. Esses vândalos não sabem o que custou ao Atlético o esforço financeiro para disponibilizar a eles um conforto que é digno da Alemanha, da Inglaterra e da Itália”, esbravejou, visivelmente alterado. Segundo ele, o clube não quer mais estes tipos de torcedores. “Melhor eles irem torcer para o Corinthians, para a Fiel, para onde eles quiserem. Mas, aqui dentro, eu, pelo menos, lutarei contra eles”, prometeu.

Para Bettega, o pior de tudo foi o prejuízo moral. “O prejuízo é a atitude de uma torcida vândala, contra uma diretoria séria, contra um projeto definitivo, que se iniciou em 1995 e nos deu quatro campeonatos paranaenses, um brasileiro da segunda divisão e um brasileiro da primeira divisão”, continuou. Segundo ele, o clube não pode ficar refém de baderneiros. “Isto aqui não é Oriente Médio, tampouco o Vietnã. Aqui vai haver ordem e baderneiros não vão entrar mais. E parem com essa demagogia de o povo não vir à Baixada”, finalizou.

Ontem mesmo, o clube deu queixa na delegacia contra os torcedores que quebraram as cadeiras. As câmeras da Polícia Militar e o circuito interno de televisão da Arena deverão ser usados para a identificação dos envolvidos.

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