O Paraná Clube caminha no fio da navalha. O fraco desempenho das últimas seis rodadas deixou o Tricolor a cinco pontos do G-4, num modesto décimo lugar. Pior do que isso: a distância para a ZR é de somente seis pontos.
Na prática, o time de Marcelo Oliveira ainda mira o pelotão de frente, mas já sem poder se descuidar com a aproximação dos retardatários. É neste clima que o azul, vermelho e branco retoma os treinos hoje, sabendo que precisa se livrar,o quanto antes, do pijama.
Em meio a duas derrotas seguidas para Coritiba e Bahia o Paraná Clube busca soluções internas para o frágil desempenho do time pós-Copa do Mundo. Líder da competição após a 7ª rodada, o representante paranaense chegou a ostentar um rendimento invejável: 71,43%.
Só que veio a paralisação e com ela a decadência do Tricolor. O rendimento desde a retomada da Série B é de apenas 22,22%. No geral, conquistou 48,72% dos pontos disputados. Muito pouco para quem diz sonhar com a volta à primeira divisão.
“Temos que acordar. Não dá pra ficar só prometendo. Atitude é o que precisamos neste jogo”, disparou o volante Chicão, sem conseguir analisar com precisão os motivos que determinaram a queda vertiginosa do time. “É difícil saber ao certo o que acontece. A gente estava bem, frente ao Bahia. Mas, de repente, um descuido e tudo desaba”, completou.
Chicão prefere não creditar o momento a apenas um setor. “Vacilamos e levamos um gol. Mas, no geral, a gente vai bem. Precisamos acertar enquanto dá tempo para reagir”.
O declínio do Tricolor é, no mínimo, surpreendente. O time nem sofreu profundas baixas, mas o desempenho atual chega a ser caricato diante daquilo que fora produzido nas sete primeiras rodadas.
O ponto mais questionado nos recentes reveses contra Coritiba e Bahia foi a ineficácia do setor ofensivo. O Paraná chegou a ter um dos ataques mais efetivos da competição, mas hoje é apenas sétimo lugar neste fundamento. Nessas duas partidas, foi irritante como o Paraná não conseguiu traduzir o domínio territorial em situações reais de gol.
A única justificativa além do momento técnico ruim de Toscano e Bocão, por exemplo seria a saída de Wanderson do time. O meia se recupera de uma lesão de joelho e de uma infecção urinária.
Entre os muitos que passaram pela camisa 10, ele foi o único a dar sustentação e ritmo de jogo ao time. Sua volta, no entanto, ainda deverá demorar um pouco. Somente no início da semana ele voltou aos treinos com o grupo e pelas previsões do preparador físico Juvenílson de Souza, a ideia inicial seria prepará-lo para o jogo frente ao América-RN.