Berlim – Um rei vai ajudar a contar a história da Copa do Mundo hoje, antes de a 18.ª edição do torneio começar. O rei do futebol, que estará acompanhado de uma rainha das passarelas.
Pelé e a supermodelo alemã Claudia Schiffer apresentarão o troféu Copa do Mundo aos presentes à Allianz Arena – e também ao mundo -, num dos pontos mais altos da cerimônia de abertura que ocorrerá antes do jogo entre Alemanha e Costa Rica.
Preocupada com a segurança, a Fifa desta vez optou por evitar festa muito longa, mas ainda assim os organizadores prometem uma cerimônia marcante, com momentos de grande emoção. Um deles certamente será o desfile de, pelo menos,
158 ex-jogadores (55 deles brasileiros) que conquistaram títulos nos 17 Mundiais anteriores. Pelé também estará presente nesta parte da cerimônia e deverá ter a seu lado Zito, Dunga e Rivellino, entre outros.
Maradona, vencedor em 1986, também estará no Allianz Arena, assim como o inglês Bobby Charlton, campeão em 1966. Os 22 jogadores que formaram o elenco da Alemanha campeã em 1974 também irão comparecer. Do título de 54, cinco jogadores estarão presentes.
A participação dos craques do passado ocorrerá nos momentos finais da festa, programada para começar às 11h23 (de Brasília) e que terá 2 minutos de duração -ontem, pela manhã foi realizado um ensaio e os organizadores acreditam que o tempo não irá estourar. A parte inicial terá música, dança e apresentação de manifestações artísticas características da Bavária, região onde está Munique.
A organização da Copa optou por evitar discursos de políticos. Apenas o presidente alemão, Horst Köehler, deverá falar, dando as boas-vindas do país à Copa, logo depois de a primeira-ministra Angela Merkel declarar oficialmente aberto o Mundial. ?As pessoas querem ver futebol, não ouvir discursos?, justificou Joseph Blatter, presidente da Fifa.
Artisticamente, a festa será uma mistura de tradição e modernidade, segundo Christian Stuckl, diretor do Teatro Popular de Munique e responsável por esta parte da cerimônia. Músicas de vários estilos poderão ser ouvidas, mulheres ?voadoras? poderão ser vistas.
O cantor e compositor alemão Herbert Gronemeyer cantará o hino da Copa, Celebrate the Day, em inglês e alemão, acompanhado de duas cantoras africanas, Amadou e Mariam, nascidas no Mali. ?Faremos uma festa, mas nada mais que uma festa vespertina?, disse Stuckl.
Telê entre os homenageados
O mestre Telê Santana vai ser lembrado hoje, na abertura da Copa do Mundo. Ele e outros importantes nomes do futebol mundial que morreram no último ano. Antes do início da partida entre Alemanha e Costa Rica será observado um minuto de silêncio em homenagem ao ex-jogador e treinador brasileiro e também a futebolistas falecidos recentemente como o espanhol Telmo Zarra, o irlandês George Best, o colombiano Elson Becerra, e o inglês Peter Osgood.
A idéia de homenageá-los foi do argentino Leopoldo Luque, campeão do mundo em 1978. O ex-atacante convenceu o presidente Joseph Blatter a determinar o minuto de silêncio ontem, durante o Congresso da entidade.
?Ele veio a mim e fez esta sugestão, para que a gente pudesse lembrar de todos os que morreram no último ano?, disse Blatter. Segundo Blatter, muitos dirigentes presentes ao Congresso da Fifa aplaudiram a idéia e deram todo o apoio para a realização da homenagem.
Telê Santana, morto em 21 de abril passado, participou de duas copas como técnico da seleção brasileira, em 1982 e 1986. Não conseguiu chegar nem perto do título em ambas as competições, mas graças ao belo futebol apresentado pelo Brasil, principalmente no Mundial disputado na Espanha, Telê Santana é até hoje reverenciado no mundo todo.