A instabilidade da seleção brasileira nos últimos anos deve-se ao excesso de experiências realizadas por Mano Menezes, mas a tendência é que com Luiz Felipe Scolari isso chegue ao fim e o time finalmente decole. O diagnóstico foi dado por Pelé, que não poupou críticas ao último técnico, demitido em novembro do ano passado justamente quando parecia ter encontrado uma formação para a equipe.
Em visita à fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, o ex-jogador analisou o momento da equipe e acredita que ainda exista muito trabalho a ser feito, mas não deixou de apontar o Brasil como favorito à Copa do Mundo do ano que vem. Sua aposta é que Felipão conseguirá dar padrão de jogo ao time em tempo hábil de disputar a competição em casa.
“O grande erro nesses últimos dois anos foi que fizemos muitas experiências e não formamos uma equipe. Mas acho que a partir de agora, na Copa das Confederações, com o Felipe e o Parreira, que trabalhou comigo na Copa de 70 (era o preparador físico). Eles têm a consciência de que nós precisamos de uma equipe e é por isso que confio. Tivemos dois anos com o Mano e nesse tempo fizemos várias experiências e não tínhamos uma base. Isso é só o que falta para a seleção, jogadores nós temos”, analisou.
Questionado se o trabalho de Mano não era justamente renovar a seleção e rejuvenescê-la para o ciclo de 2014, Pelé amenizou as críticas e usou a campanha do tricampeonato mundial para explicar seu ponto de vista. Na sua opinião, Mano deveria ter feito mudanças mais sutis.
“Em 70 todo mundo falou que a seleção era uma máquina, mas um ano antes a equipe estava praticamente montada. Ainda assim fomos criticados e muita gente não acreditava que uma equipe com tantos ‘camisas 10’, como era o caso, daria certo. No caso atual, tínhamos que fazer as mudanças gradualmente, mas a cada seis meses trocava-se todo mundo”, disse.