Berlim – Ao longo da Copa da Alemanha, Pelé ficou mais impressionado com o rendimento dos defensores e dos volantes do que com aquele apresentado pelos atacantes. ?Normalmente, sempre aparece um grande goleador, como o Ronaldo, há quatro anos?, afirmou o ex-jogador ontem, em sua coluna publicada no jornal alemão Bild am Sonntag. ?Desta vez, jogadores como o lateral alemão Philipp Lahm e o zagueiro italiano Fabio Cannavaro me surpreenderam, ao passo que os artilheiros ficaram à sombra deles.?

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Pelé deu como exemplos a Itália, que marcou 12 gols com dez jogadores diferentes, e a França, que anotou nove tentos com quatro jogadores diferentes. Ele se declarou um pouco decepcionado com os franceses, ?cujo meio-campo deveria ter pressionado mais, na parte ofensiva, na partida contra Portugal?. Com relação aos portugueses, o Rei estimou que eles jogaram a partida de semifinal, contra a França, ?como se fosse um jogo da primeira fase?.

Final

Para a final, Pelé aconselhou os italianos a jogarem o mesmo futebol ofensivo que mostraram na semifinal contra a Alemanha. ?A Itália não somente tem uma boa defesa, mas também conta com a criatividade de Andrea Pirlo e Francesco Totti.? Já a França ?tem uma enorme experiência em jogos importantes? e, com respeito a Zidane, ?é um presente de Deus jogar a final de uma Copa em seu último jogo?. E ressaltou: ?Pouco importa o vencedor; espero que a final seja um grande momento de uma Copa do Mundo mágica?. Depois de elogiar os árbitros e o comitê organizador alemão, Pelé lamentou duas coisas que, para ele, devem mudar.

?As semifinais deveriam ser jogadas no mesmo dia, para que nenhum dos dois finalistas tenha a vantagem de um dia a mais de descanso; além disso, deveria haver dois dias de descanso depois da primeira fase.?

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Por fim, o brasileiro agradeceu aos torcedores alemães, porque ?graças a eles tivemos uma atmosfera pacífica e amistosa?.

Gaúcho foi o grande fiasco

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Berlim – Há um mês, quase todos na Alemanha imaginavam que Ronaldinho Gaúcho estaria entre os melhores da Copa. Chegou, afinal, com o rótulo de melhor do mundo. E com justiça. Mas não só não apareceu na lista de destaques, como acabou a competição como o grande fiasco, a maior decepção.

Não driblou, quase não finalizou, deu passe para apenas um gol e se escondeu nos momentos mais difíceis. Ontem, viu a final pela TV. Para muitos, foi o culpado pelo fracasso brasileiro. Um pouco injusto, pois não joga sozinho. Mas foi decisivo negativamente. Seu desempenho foi surpreendente para muitos. Nos treinos, só dava passes curtos, não arriscava jogadas ousadas, não marcava gols. O mesmo ocorreu nos amistosos. Difícil explicar o porquê de tanta timidez. Talvez pelo medo de errar e arranhar a imagem de grande astro, ou por não ter chegado na melhor condição física, depois de exaustiva temporada pelo Barcelona, ou pela pressão de ser o protagonista.

Não dá para culpar o esquema tático, como muitos disseram, pois teve total liberdade. O craque reconheceu ter ido mal, mas poderia ter jogado bem em pelo menos um dos cinco jogos da seleção nesta Copa.