Frankfurt – Os jogadores da França estão proibidos de assistirem televisão. A ordem é do técnico Raymond Domenech e, claro, não foi dada como castigo. Ele quer apenas evitar que os atletas se contagiem pelo entusiasmo que tomou conta dos franceses depois da vitória por 1 a 0 sobre o Brasil, que levou os ?Bleus? à semifinal da Copa. Como no hotel onde a delegação está concentrada, na cidade de Hamelm, é possível o acesso a vários canais de TV da França, o treinador achou melhor se precaver.
?A vitória sobre o Brasil foi sensacional, mas temos de pensar no jogo de quarta-feira. Vamos voltar ao trabalho e pedir que todos voltem à realidade. Contra Portugal será uma outra partida num outro contexto?, disse Domenech ontem. ?Não vamos assistir à televisão, para fugir da euforia?. Ele também pediu aos jogadores para evitarem as conversas ao celular. ?Até desliguei o meu.?
O treinador, porém, sabe que não será fácil controlar atleta por atleta e que o risco de ser ?desobedecido? é grande. Se isso acontecer, ele perdoará o infrator: ?Só não quero que meus jogadores percam a concentração.?
Ontem, durante todo o dia, os canais de televisão da França mostraram repetidamente não apenas cenas do show comandando por Zidane no Waldstadion de Frankfurt como as festas que milhares de pessoas fizeram em várias cidades do país.
O risco de os jogadores franceses vestirem salto alto, no entanto, não existe, segundo Gallas. O zagueiro reconhece que o time está bem mais feliz e confiante, mas também têm consciência de que a França ainda não está na final da Copa. ?Não vamos deixar a vitória subir o Brasil subir às nossas cabeças?, garantiu Gallas.
Domenech, um técnico de temperamento calmo e que normalmente responde às perguntas com voz baixa, pausada e com educação, só se irrita com as seguidas tentativas de competir a vitória de sábado com os 3 a 0 da final da Copa de 1998. ?Estamos em 2006. É preciso parar com as comparações. Esse é outro time, e estamos vivendo uma outra história?, pediu.
A classificação para as semifinais já apagou a má campanha de 2002, quando os Azuis foram eliminados na primeira fase da Copa da Coréia e Japão.
