Seqüência de dribles do gol antológico na Fonte Nova, em 1987: ao contrário do que se imagina, ex-jogador diz que apelido do craque argentino o ajudou na carreira. (Fotos: Arquivo)

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Um ex-jogador com apelido de craque e habilidade incontestável, mas marcado como a promessa que nunca desabrochou, tenta reescrever sua história no futebol como treinador. Aos 42 anos, Pedrinho Maradona reaparece comandando o time de Curitiba, que disputa contra Paranaguá a final do Bom de Bola Parati 2008.

A final masculina seria disputada sábado, na preliminar de Coritiba x Internacional, no Couto Pereira, mas foi adiada por causa da chuva. A decisão provavelmente ocorrerá no dia 19, antes de Coritiba x Goiás pelo Brasileirão, mas a data ainda não foi confirmada.

A base do time de Curitiba pertence ao São Paulo Center, a escolinha curitibana do tricolor paulista, onde Pedrinho trabalha desde 2004. No São Paulo Center jogam cerca de 300 meninos de 5 a 15 anos, que pagam mensalidade apenas para diversão ou alimentando o sonho de seguir adiante no profissionalismo.

Uma escola também para Pedrinho, que planeja novos rumos em 2009. “Assim que me formar em Educação Física, no final do ano, quero pegar um time júnior, ou ser auxiliar técnico no interior, para depois seguir na carreira de treinador”, falou o ex-jogador.

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Os alunos talvez não saibam que Pedrinho foi considerado uma das maiores promessas do futebol brasileiro. Em 1987, já era um dos destaques do Atlético e titular aos 19 anos.

Até que um lance diante do Vitória (BA), pelo Módulo Amarelo (2.ª Divisão) do Brasileiro, renderia uma placa na Fonte Nova e mudaria sua vida: enfileirou toda a defesa do time baiano com uma seqüência incrível de dribles e entrou com bola e tudo. Um golaço parecido com o que o astro Diego Maradona marcara um ano antes, contra a Inglaterra, na Copa do Mundo no México.

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As imagens do gol correram o Brasil e o apelido “Maradona” logo se incorporou ao nome, mesmo a contragosto do jogador. Ficava registrada ali a expectativa de um grande craque. Era muita pressão para um menino recém-saído dos juniores.

O Atlético conseguiu acesso no Módulo Amarelo e Pedrinho, artilheiro do time no torneio, foi vendido para o Guarani. Na época o clube de Campinas tinha dinheiro e um grande time. Mas, assim como hoje, pouca expressão.

“Se eu fosse para um clube grande, ou para a Europa, seria bem melhor. Mas o Atlético aceitou a proposta do Guarani e na época o jogador tinha pouca autonomia”, lembra Pedrinho.

Ele não deslanchou no Guarani e de lá virou o primeiro jogador contratado na história do Paraná Clube. Mas também não emplacou na Vila Capanema, onde ficou pouco mais de um ano, até migrar ao Alto da Glória, envolvido numa troca por Serginho “Cabeção”. “Ouvi muita vaia porque era identificado com o Atlético. Mas a coisa mudou quando fiz cinco gols nos cinco primeiros jogos”, lembra Pedrinho.

Depois da breve passagem pelo Coxa, o jogador seguiu para a Bélgica, onde ficou quatro anos e, para a Acadêmica de Coimbra, em Portugal, onde jogou mais ano.

Depois peregrinou por vários times do País até pendurar as chuteiras no Cene (MS), em 2003. No próprio clube do Mato Grosso do Sul começou como técnico dos juvenis, onde, conta, puxou do time infantil um certo Keirrison.