“O primeiro passo é sair dessa área de risco.” Com essa prioridade, o técnico Paulo Comelli foi apresentado e já começou a trabalhar. Realista, prefere não projetar ou prometer o acesso à primeira divisão, principal objetivo do Paraná Clube nesta temporada 2008. “Não adianta pensar, neste momento, em algo tão distante. Temos é que estar focados para sair das últimas posições”, afirmou Comelli, o quarto treinador do Tricolor nesta temporada 2008.
“Tenho quase dezoito anos como treinador e sei que a pressão, nesses momentos, é grande. Estou pronto para esse desafio”, assegurou o novo técnico paranista. Paulista de Novo Horizonte, Paulo Comelli, 48 anos, tem em seu extenso currículo passagem por exatos 29 clubes, alguns deles, por duas vezes.
Uma “rotatividade” que o próprio treinador considera ruim, mas reflexo do calendário brasileiro. Explica-se: trabalhou em muitos clubes do interior paulista e paranaense.
Como muitas dessas equipes disputavam tão-somente os estaduais, Paulo Comelli atuou, em média, por duas ou três agremiações em cada temporada. “Hoje, no futebol brasileiro, você tira dois ou três técnicos que conseguem uma maior longevidade num clube”, lembrou Comelli, citando Muricy Ramalho e Vanderlei Luxemburgo. A exceção em sua carreira foram os dois anos e meio à frente do Noroeste, período onde conseguiu destaque e uma vaga entre os quatro melhores do Paulistão.
Hoje, Comelli não pensa em um trabalho em longo prazo. Muito pelo contrário. “Na situação em que o Paraná se encontra, o resultado tem que ocorrer de forma imediata. Conforme avançarmos na competição, é que poderemos pensar em saltos maiores e até, quem sabe, em um trabalho mais longo”, ponderou o treinador, que iniciou sua carreira em 1990, no Grêmio Maringá, e por muitas vezes esteve nos planos do Tricolor. “Já recebera convites anteriormente, mas nunca houve acerto. Agora, estava desempregado e isso facilitou a conversa”, admitiu.
Paulo Comelli chega com a missão de “arrumar a casa”, após dezesseis rodadas realizadas e um clima de absoluta instabilidade da equipe. O técnico disse que os três próximos jogos serão decisivos para que ele possa avaliar o grupo do qual já trabalhou com alguns atletas, como Luciano (Criciúma), Claudemir (Marília), Gláucio (São Caetano) e Cristian (Ituano) e medir a necessidade da contratação de alguns reforços. “Ainda dá pra recuperar”, avisou.
Sobre esquema de jogo, o técnico comentou que o ideal é encontrar uma formação que possa atuar de duas ou três maneiras distintas, sem a necessidade da troca de peças.
“Só que isso pode levar tempo. E tempo é algo que não dispomos. Vamos tentar encontrar a melhor formação para esses dois jogos, onde precisamos de pontos para sair do sufoco”, arrematou Comelli. O treinador, nos próximos dias terá trabalho em “full time”.
Além de preparar o time em campo e dirigir o Tricolor contra a Ponte Preta, irá aproveitar o tempo livre para assistir ao lado do auxiliar-técnico André Chita os DVDs de todos os dezesseis jogos do Tricolor nesta Segundona.