O Paraná Clube pode dar um passo decisivo para a sua permanência na Série B amanhã, às 16h20, no Pacaembu. Uma vitória sobre o líder Corinthians praticamente acaba com o tormento dos paranistas, que passaram a maior parte da competição “com o facão no pescoço” (expressão muito utilizada pelo técnico Paulo Comelli).

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Por isso, o treinador não disfarça: “É um jogo especial”. Foi nesse clima que a delegação seguiu ontem para São Paulo, acreditando ser possível surpreender o badalado Timão.

O próprio Comelli não se furta de elogiar o adversário. “Eles têm realmente um time muito bom. Para equilibrarmos as ações, só marcando bem, e individualmente, uns quatro jogadores”, comentou o treinador.

Além da ótima fase dos atacantes Dentinho e Herrera, o Paraná irá se preocupar – e muito – com o meia Douglas, que já foi atleta de Comelli no São Caetano. “É um jogador diferenciado”, reconheceu. Mas os cuidados do Paraná vão além dos jogadores de ataque. Para obter êxito neste jogo, os meias tricolores terão dupla missão.

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“Com bola, terão liberdade. Senão, vão ter que parar os volantes adversários, que saem de trás com muita qualidade”, ressaltou Comelli, explicando a árdua tarefa de Giuliano e Rodrigo Pimpão.

Os dois terão que bloquear os avanços de Elias e Cristian. Nem passa pela cabeça de Paulo Comelli a possibilidade do Corinthians entrar em campo sob o efeito do oba-oba de sua torcida. “Conheço bem o trabalho do Mano (Menezes). Ele quer o título e o jogo será dificílimo”, sentenciou o técnico paranista.

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Cuidados à parte, Comelli garante que seu time não irá apenas se defender. “Vamos jogar dentro de nossa característica”, resumiu. Essa “característica” inclui uma forte marcação e muita velocidade nos contragolpes.

Com essa estratégia – e tentando manter linhas mais avançadas de marcação – o Paraná tenta fazer o que apenas um clube conseguiu nesta Série B: derrotar o Corinthians em pleno Pacaembu. Desta vez, com um ingrediente a mais, já que o clube paulista garantiu com seis rodadas de antecedência o seu acesso à primeira divisão.

“Uma coisa é certa: os garotos não vão se deixar impressionar pela casa cheia”, assegurou Comelli. Num histórico recente, o treinador traz na memória dois jogos emblemáticos contra o Corinthians, ambos à frente do Noroeste, pelo Paulistão. “Em 2006, vencemos por 1×0. No ano passado, só perdemos (2×1) por causa de um gol depois dos 47 minutos do segundo tempo, além do tempo que o árbitro havia determinado”, recordou Comelli. “Vai ser mais uma guerra, mas o Paraná está pronto para fazer um grande jogo”, arrematou.