A derrota para o Bahia – a primeira sob o comando de Roberto Cavalo – gerou reações positivas e negativas no Paraná Clube. No fundo, ficou aquele clima de “déja vu”. Dirigentes reclamando do isolamento, da falta de apoio e em busca de soluções foi o que se viu no vestiário da Vila Capanema, sexta-feira à noite. Sem nenhuma chance de acesso, e sob um risco quase desprezível de rebaixamento, resta ao Tricolor se organizar para 2011, o quarto ano consecutivo na Segundona.

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Na atual temporada, ficou nítida a sensação de que o clube só naufragou por erros administrativos. O elenco com potencial foi atingido por atrasos salariais, o que comprometeu as chances de o clube brigar de igual para igual por vaga no G4 da Série B. A queda brusca chegou a pôr o time sob ameaça de rebaixamento. O quadro se reverteu recentemente, com a troca de comando técnico e uma mudança de postura da diretoria, em relação ao futebol, mas os problemas persistem.

A ponto de o assessor de futebol Paulo César Silva escancarar uma falta de sintonia interna. Houve quem deduzisse que o recado era destinado ao presidente Aquilino Romani. “Não foi essa a intenção. O Aquilino, como nós, do futebol, sentimos a falta de apoio dos demais paranistas. Voltei ao clube com a promessa de que haveria apoio dos cardeais. Mas, até agora, nada”, disse Paulão.

O mal-entendido provocou uma reunião entre vários integrantes da cúpula paranista, ontem. Foi uma conversa que durou quase quatro horas, envolvendo Aquilino Romani, Paulo César Silva, Guto de Melo, Aramis Tissot, Benedito Barboza, Valdomiro Gayer Neto e Luiz Carlos de Souza. “Foi positivo. Temos que encarar de frente as dificuldades neste final de temporada. Mas, não só isso: é preciso que o clube se organize e estabeleça um planejamento para o ano que vem”, confirmou Paulo César Silva.

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A grande dúvida é: até quando o Paraná seguirá nesse formato? Com arrecadações pífias, poucos sócios e verbas insuficientes, o que mais tem se visto, nos últimos anos, é dirigente “com o pires na mão”. O clube não consegue dar destino a sedes que estão se deteriorando e geram um custo enorme de manutenção. Na contramão de tudo isso, o Tricolor, enfim, voltou a revelar jogadores. O problema é que para sanear o clube, seriam necessários alguns “Kelvins e Henriques”, mas sem que eles já saíssem do Ninho da Gralha com seus direitos econômicos “fatiados”.