Paulo Campos fecha ciclo no Tricolor. |
Lori Sandri deve ser o novotécnico do Paraná Clube. Ontem à noite, durante um churrasco de confraternização do elenco, o técnico Paulo Campos convocou uma reunião de emergência com a diretoria. Após refletir durante a viagem que fez ao Rio de Janeiro, o treinador decidiu se desligar do clube. "Senti que o time precisava de uma motivação a mais. E isso só poderia acontecer com a minha saída", disse.
No entanto, apesar de Campos negar, o polêmico caso envolvendo o jogador Diego Souza com o técnico Estevam Soares, do Palmeiras, pode ter refletido na decisão. Ontem, pipocaram notícias dando conta de que o treinador era o favorito da diretoria palmeirense. Ele teve uma boa passagem pelo clube em 2002, sob o comando do Palmeiras B. "A minha decisão nada tem a ver com alguma proposta. Foi uma auto-análise. Mas de qualquer forma, sinto-me lisonjeado por ter sido citado", disse o treinador, que coincidentemente lançou Diego à época em que treinava o time do Parque Antártica.
Lamentações
"Perdemos nosso treinador", declarou o presidente do Paraná Clube, quando procurado pela reportagem por volta das 23h. Entretanto, o dirigente parecia pressentir o que ocorreria. O clima entre o treinador e o elenco já não era dos melhores. Após as declarações bombásticas de Campos, criticando a qualidade do elenco depois da derrota para a Adap, na quarta-feira passada, o ambiente ficou conturbado. Para completar, o time perdeu o clássico para o Coritiba no domingo, deixando a situação ainda mais delicada.
O presságio era tão forte que Miranda confessou que durante a tarde, enquanto ele estava na reunião do Conselho Técnico da CBF no Rio de Janeiro, o vice, José Domingos, já elaborava uma lista de possíveis técnicos substitutos. "Ele estava se precavendo. Mas só vamos anunciar o nome quando estiver fechado". No entanto, a reportagem apurou que Lori Sandri, cujo filho Lori Paulo Sandri Júnior é auxiliar-técnico no Tricolor, está praticamente acertado. Ele se encaixa no perfil anunciado pela diretoria. Já comandou clubes de primeira divisão Inter e Criciúma, não carrega com ele a comissão técnica e é velho conhecedor do futebol paranaense.
Aumenta assédio dos cariocas sobre tricolores
Eles deixaram saudades na torcida paranista, mas agora estão do outro lado. E, para eles, vale a máxima "amigos, amigos; negócios à parte". Os técnicos Cuca, do Flamengo, e Paulo Afonso Bonamigo, do Botafogo, não tiveram piedade do tricolor e já pediram às suas respectivas diretorias quatro jogadores da Vila Capanema.
Renaldo, Beto, Edinho e Fernando Lombardi estão na mira dos "novos cariocas".
Cuca, que assumiu o Mengo na semana passada, já havia pedido a contratação do atacante Renaldo, que negou interesse em ir para o Rio de Janeiro na segunda-feira. Ontem, a informação que veio do Rio de Janeiro é que a bola da vez é o volante Beto, um dos destaques do time paranista. Na segunda, o nome do jogador já havia sido envolvido numa possível troca pelo meia Juliano, do Ituano. Ontem, veio a notícia do assédio do Mengo. Comedido, ele jurou de pés juntos que a imprensa é quem havia levado a informação até ele. "Não fui procurado, de verdade. Hoje que fiquei sabendo, através dos comentários da imprensa. Em resumo: tenho contrato com o Paraná até abril e estamos na luta para reverter a situação do clube", disse, cheio de convicção. Entretanto, Beto não esconde a insegurança que sente na Vila por não ter tido, ainda, o seu contrato prorrogado até dezembro. No final do ano, a diretoria prometeu a revisão do contrato, mas até agora, nada. "Gostaria de resolver logo a situação por uma questão de segurança. É uma profissão e garantir um ano de trabalho é fundamental. Mas é como falei. Por enquanto tenho contrato."
Mudando da Gávea para o Caio Martins, a notícia mais quente na tarde de ontem foi a procura pelo lateral-esquerdo Edinho. A regularidade do jogador seduziu o técnico Bonamigo, que já tirou o zagueiro Emerson da Vila. "De fato, houve um contato, uma sondagem. Mas não acho justo largar o barco com o Paraná nessa situação que nós mesmos colocamos", afirmou. No início do ano, ele foi assediado pelo Fluminense e negou, apesar de ter raízes cariocas. À época, o Flu devia salários. Mas como o interesse agora é do Botafogo, conhecido por manter a folha de pagamento em dia, a tentação será grande.
Para fechar o rebuliço na Vila, chegou a informação de que Bonamigo também quer o zagueiro Fernando Lombardi, que mostrou muito entrosamento com Emerson. Com eles e Scheidt no elenco do Fogão, Bona poderia colocar em prática o 3-5-2, tão admirado por ele. Resta agora saber se a turma da Vila vai conseguir segurar as pontas.
Giba e André Leoni, próximas atrações
O Paraná corre atrás de um zagueiro, um meia e um atacante. No entanto, quem encantou o técnico Paulo Campos foi um atacante. Giba, que veio do Sertãozinho e estava fazendo testes no tricolor, foi o destaque do time no jogo-treino realizado ontem à tarde no CT do Caju, contra o Albirex Niigata. A movimentação teve três tempos de 45 minutos. No primeiro, o Albirex venceu por 1 a 0, no segundo houve empate sem gols e no terceiro, o Paraná venceu por 2 a 1.
"O Giba se movimentou muito bem e sofreu dois pênaltis. Cobrou um deles e converteu com categoria. Amanhã vamos sentar para acertar o contrato", disse o vice-presidente do tricolor, José Domingos.
Se com Giba, que já estava treinando na Vila, o acerto vai ser fácil, o mesmo não pode se dizer do zagueiro André Leoni, que estava no Ituano. Depois de pegar os seus direitos federativos, o beque tem sido assediado por vários clubes. "Estamos esperando. Ele ficou de dar uma resposta até o final da noite de hoje (ontem). De repente, amanhecemos o dia com novidades", disse Domingos.
Além de André Leoni, que brilhou na defesa do Ituano, outros dois atletas do clube interiorano chamam a atenção da diretoria, que tem um bom relacionamento com o empresário Oliveira Júnior, que preside o clube. O meia Juliano e o o lateral-direito Diego estão na mira do tricolor. Na verdade, essas são realmente as duas posições mais carentes do clube, que carece de um meia de criação eficiente e ficou sem laterais para a direita, após a dispensa de Thoni e Vágner. Entretanto, por ora, a diretoria está apenas correndo atrás.