Paulo Campos estuda adversários do Paraná

O Paraná Clube inicia uma nova etapa a partir do jogo de amanhã – às 20h30, no Palestra Itália -, frente ao Palmeiras. De agora até o fim do campeonato, o técnico Paulo Campos não terá a seu favor um conhecimento mais profundo dos adversários. Ao menos na teoria. Demitido do comando do Tricolor logo após o jogo frente ao Coritiba, no primeiro turno, o treinador passou a acompanhar os jogos do Brasileirão somente pela tevê e, segundo ele, “com olhos de torcedor”.

O fato fez com que Paulo Campos, nos últimos dias, intensificasse a busca por informações dos próximos adversários, em especial o Palmeiras. “Estou vendo mais vídeos, acessando a internet com maior freqüência e buscando dados nos jornais”, comentou o treinador. “É preciso estar atento a cada detalhe. Quando estava fora, acompanhava os jogos, mas sem a mesma atenção de agora, onde a análise deve ser técnica e detalhada”, afirmou.

Perfeccionista, Paulo Campos vive intensamente o futebol. “Essa é a minha vida. Gosto do que faço e por isso procuro ter todos os dados de adversários à mão”, explicou. Sempre que possível, o treinador acompanha ao vivo outros jogos do Brasileirão, preferencialmente no local da partida. “Sábado, fui à Arena ver Atlético Paranaense e Atlético Mineiro, aproveitando que nosso jogo era à noite”, lembrou.

“Foi legal, porque recebi apoio de muitos rubro-negros, que disseram estar na torcida para que alcancemos nosso objetivo.” Hoje, não será diferente. O técnico vai à Baixada Santista – já que a delegação segue à tarde para São Paulo -acompanhar Santos x Corinthians. “E, quando sobra um tempinho sempre tenho à mão a fita de algum jogo”, disse.

A essa altura da competição, dizer que Paulo Campos terá adversários “incógnitos” pela frente, seria exagero. Mas, ele sabe que terá que compensar com muita informação o fato de que irá enfrentar pela primeira vez times como Palmeiras, Atlético-PR e São Caetano, que brigam pelas primeiras colocações. Isso sem contar os confrontos diretos contra Grêmio, Atlético-MG e Criciúma.

Para o jogo de amanhã, Paulo Campos prepara alternativas táticas compatíveis com a postura do adversário. Curiosamente, o clube que lhe abriu portas há dois anos, quando retornou do Mundo Árabe. “Sou muito grato ao Palmeiras e à sua diretoria, que sempre me apoiou. Creio que fiz um grande trabalho no time B do Palmeiras, já que a grande maioria dos jogadores que hoje estão no time principal trabalhou comigo.” Este conhecimento individual de boa parte do elenco palmeirense já está sendo aplicado nos últimos ajustes do Paraná, que busca somar os pontos necessários para sair, já nesta rodada, da zona de rebaixamento.

Escalação ainda não está definida

“Só vou montar o time momentos antes do jogo.” Paulo Campos foi taxativo e deixou claro que o posicionamento do Paraná Clube será definido de acordo com a escalação do Palmeiras. Com Etto tendo retorno assegurado à lateral-direita -substitui João Paulo, suspenso -, o treinador mantém três jogadores para apenas duas vagas e a escolha final determina o esquema a ser aplicado amanhã. Essa indefinição se deve também ao fato do treinador contar com a volta de Messias.

Eficiente na marcação, mas com boa aproximação do ataque, Messias pode entrar até na vaga de um atacante. Neste caso, o Paraná compactaria seu meio-de-campo, dando liberdade aos meias Cristian e Canindé. “O Palmeiras ainda não está definido e por isso vou aguardar. Se o Pedrinho for jogar como um segundo atacante – como ocorreu no clássico frente ao São Paulo – devo optar por um número maior de jogadores no meio-de-campo”, afirmou Campos.

“Não é uma questão de fazer mistério ou não. É certo que vou armar meu time com as devidas precauções, pois o Palmeiras briga pela ponta e vem de uma derrota”, explicou. O fato de o Paraná continuar “com boa cotação” na lista de candidatos ao descenso – principalmente entre cronistas paulistas e cariocas -, não preocupa. “O Palmeiras é favorito. Nossa missão é reverter esse quadro”, disse Campos. “O que posso assegurar é o clima muito bom no grupo, que está mobilizado.”

A rigor, o treinador busca um equilíbrio entre o desempenho das duas últimas partidas. Frente ao Vasco, o Paraná contra-atacou, mas a marcação não foi tão eficaz. Diante do Coritiba, o time quase não errou na defesa, mas também não conseguiu encaixar os contragolpes.

Primeiro trabalho foi no Palmeiras B

Desconhecido do público paranaense até o início de 2004, Paulo Campos conseguiu destaque no comando do Iraty. Sua contratação pelo time do Interior do Estado foi uma indicação de Vanderley Luxemburgo, amigo do empresário Sérgio Malucelli, presidente do Azulão. Esta amizade – que também influenciou em sua vinda ao Paraná Clube, em abril deste ano – teve início no Palestra Itália.

Com orgulho, Paulo Campos relembra o trabalho desenvolvido no time B do Palmeiras, em 2002, quando revelou vários jogadores que hoje são destaques não apenas no Brasil. Foi o atual técnico do Paraná Clube que trouxe do time juvenil do Palmeiras o atacante Vágner Love, maior revelação do clube paulista nos últimos anos e hoje atleta do CSKA, da Rússia. O opção do treinador, à época, foi forçada pela súbita saída de oito jogadores de seu time, requisitados por Luxemburgo para a equipe principal.

“Modéstia à parte, tínhamos um time muito ajustado, que estava muito bem no Paulista da Série A-3”, recordou. No momento em que Luxemburgo deixou o Palmeiras – foi para o Cruzeiro – Paulo Campos também deixou o clube.

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