Paulo Campos esconde o time para jogar o clássico

“Escalação? Só no momento em que o time estiver entrando em campo”. A forma bem humorada com que o técnico Paulo Campos respondeu à indagação sobre a equipe que pretende utilizar já mostra o clima do Paraná Clube para o clássico deste sábado, no Couto Pereira.

A comissão técnica vai “caprichar” no mistério e desde ontem todos os treinos são fechados à imprensa. “O jogo é decisivo e por isso vale tudo”, resume o treinador paranista.

A postura se deve muito mais ao momento do time -que não vence há cinco rodadas – do que às opções que Paulo Campos dispõe para este jogo. O meia-atacante Fernando está suspenso e outros quatro jogadores estão vetados pelo departamento médico. Além do meia Cristian, que mais uma vez terá sua estréia adiada, Wiliam (meia), William Xavier (centroavante) e Nelinho (zagueiro) não enfrentam o Coritiba. Paulo Campos não deu pistas, mas é grande a possibilidade de manutenção do esquema 3-5-2.

Isso, independente das voltas de Axel e Beto. Com os dois volantes titulares, o treinador poderia até abrir mão de um dos zagueiros, mas a questão será analisada nos treinamentos. O que é certo -ao menos nas declarações de integrantes da comissão técnica e de jogadores – é que o Paraná não irá se posicionar de forma tão defensiva. A atuação no Rio de Janeiro não agradou a ninguém e este “avanço” das linhas de marcação já está sendo trabalhado por Paulo Campos.

Após várias tentativas, o treinador ainda não conseguiu encontrar uma formação de meio-de-campo equilibrada, capaz de marcar com eficiência, mas sem perder a critividade. Nas primeiras rodadas, o Paraná tinha Jean Carlo e Fernando na articulação do setor. Com a dispensa de Jean, a comissão técnica apostou em Wiliam, sem sucesso. Na intertemporada, decidiu dar chance a Marcel e improvisou João Vítor na meia-esquerda. A estratégia não deu resultado e por isso o time será mais uma vez alterado.

Três jogadores registrados nos últimos dias podem ficar à disposição de Paulo Campos. O lateral Alex Silva e os meias Alexandre e Nélio estão treinando intensamente, buscando uma chance neste momento de afirmação do Tricolor. “Um deles pode até começar o clássico entre os titulares”, indicou Paulo Campos. As chances maiores são de Alexandre, que há quarenta dias está trabalhando no clube, mas só agora assinou contrato.

“Fico grato ao treinador que pediu minha contratação. Agora é buscar um lugar no time”, disse. Alexandre já passou pelo Paraná em 2002. Ele seria a “bola da vez” para arrumar o setor de criação, com a possibilidade, ainda, de que o Tricolor volte a atuar com dois atacantes no clássico. Wellington Paulista foi liberado pelo departamento médico e disputa com Chokito uma das vagas do ataque.

Um tabu desafia os tricolores no Sábado

Diz a velha máxima que tabu existe para ser quebrado. O Paraná terá que “ralar” para derrubar números extremamente desfavoráveis nos confrontos com o rival Coritiba, sábado, no Couto Pereira. Seja em clássicos válidos pelo Campeonato Brasileiro ou em partidas disputadas no estádio Couto Pereira, os coxas têm ampla vantagem. Paulo Campos não esconde que utilizará mais esse ingrediente para motivar seus jogadores, sempre apostando na superação.

Na história do Brasileirão, o Tricolor só conseguiu uma vitória, em dez clássicos realizados. E esse triunfo ocorreu em 1993, há quase onze anos, quando os registros fotográficos, na sua maioria, ainda eram em preto e branco. O Alviverde soma cinco vitórias e houve ainda quatro empates. O Coritiba, além disso, venceu os três últimos jogos válidos pelo Brasileirão. Ano passado, foram duas “viradas”, por 2 x1 e 3 x 2. “Isso mostra que o Coritiba teve mais qualidade nos últimos jogos. Cabe a gente mudar essa história”, avisou Paulo Campos.

O treinador acredita que para isso, os jogadores não devem deixar a ansiedade tomar conta do grupo. “Tabu é coisa do passado. O importante é usar esse histórico como motivação extra”, disse. O Paraná ainda não venceu fora de casa e, para piorar o retrospecto, não supera o Coritiba no Couto Pereira há oito anos, desde 1996. A última vitória ocorreu na final do estadual daquele ano, quando Ricardinho (hoje no Santos) fez o gol da vitória – e do título.

No geral, o Paraná não vence o Coritiba desde abril de 2002, quando goleou o adversário por 6×1, em jogo válido pela Copa Sul-Minas. De lá para cá, foram cinco jogos, com um empate e quatro vitórias do Coritiba.

Torcida paranista só terá 10% dos ingressos

O Coritiba iniciou a venda de ingressos para o clássico colocando 20 mil entradas à disposição dos torcedores – e pelo regulamento do Campeonato Brasileiro, apenas dois mil para os paranistas. A única chance de aumentar-se a carga tricolor é com a venda total dos ingressos.

Segundo a direção alviverde, a definição da carga é fruto de uma prévia. “Nós fizemos uma previsão do público que deve ir ao estádio e colocamos os ingressos à venda”, explica o vice-presidente Domingos Moro. “Claro que se a procura for muito grande, nós temos um número suplementar, inclusive para a torcida tricolor” diz ele.

Os preços são os seguintes: arquibancadas, R$ 15,00; cadeiras, R$ 20,00; sociais, R$ 50,00. Menores de 12 anos, maiores de 60, estudantes, mulheres e participantes do projeto Torcedor Camisa 12 pagam meio ingresso em qualquer setor. A venda acontece no Couto Pereira, nas lojas do Coxa nos shoppings Total e Cidade, nas lojas Alfaluz e Trio de Ferro, na Loteria Prêmio, na Panificadora Réus e nas sedes do Paraná Clube. Os torcedores tricolores não terão ingressos à venda no Alto da Glória, no sábado.

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