Gilson quer repetir no Paraná Clube o
sucesso conseguido na equipe do Criciúma,
sua maior experiência como treinador.

Rei morto, rei posto. Poucas horas após a saída de Paulo Campos, o Paraná Clube acertou a contratação de Gilson Kleina, que ontem à tarde foi apresentado ao elenco e já começou a trabalhar.

Aos 36 anos, ele é o técnico mais jovem (ao lado de Agnaldo Liz, do Vitória) em atividade na Série A do brasileirão. É a primeira oportunidade do curitibano Gilson Kleina em um clube do seu Estado, o que aumenta, segundo ele, a sua responsabilidade.

Com uma história como preparador físico – por dez anos, trabalhou no Coritiba -Gilson Kleina confessa que a transição para o comando técnico não foi fácil. Um dos principais incentivadores foi o ex-companheiro Abel Braga, com quem fez uma “dobradinha” por quatro anos, no Coritiba, Olympique de Marselha, Atlético-MG e Botafogo-RJ. “Tudo começou lá na França, quando a obrigatoriedade de uma formação acadêmica me fez passar a auxiliar-técnico do Abel”, lembrou Kleina.

No ano passado, Gilson comandou o Criciúma durante a maior parte do Brasileirão -Lori Sandri, que seria o técnico, ficou impedido de atuar por ter contrato em vigência com um clube japonês. Esta foi, até aqui, a principal experiência de Kleina (que já esteve no Iraty e no Vila Nova-MG), como técnico.

Kleina tirou o Criciúma da 21.ª colocação do campeonato brasileiro e por pouco não chegou à Copa Sul-Americana. “Perdi a vaga justamente para o Paraná. Na última rodada, perdemos para o Coritiba e o Paraná venceu o Vitória”, lembrou. O treinador não promete um time ofensivo, mas pretende processar alguns ajustes táticos já para o jogo do próximo domingo, frente ao Palmeiras. “Quero o time jogando sempre para vencer, mas sabendo que todos os jogos são difíceis”, avisou. “O primeiro passo é resgatar a confiança deste grupo, a vontade de jogar.”

Após observar por 30 minutos um coletivo – com participação de todos os atletas e tendo uma das equipes com a mesma formação utilizada no jogo passado – Kleina armou uma nova equipe. As novidades foram o meia Marcelo deslocado à uma função de ataque, a volta de Fernando (agora como meia-esquerda) e a entrada de Nélio na articulação do meio-de-campo. “É uma primeira observação. Mas, vamos intensificar os treinos táticos para ajustar o time”, avisou.

Presidente era contra. Mas não resistiu

“Foi uma questão de respeito ao presidente.” Com esta frase, Paulo Campos praticamente resumiu o que o levou a pedir demissão do Paraná Clube. O treinador cedeu à pressão interna que caminhava a um ponto insustentável. Os comandantes do departamento de futebol já questionavam o trabalho do treinador há quase duas semanas. O presidente José Carlos de Miranda tentou, mas foi voto vencido nesta questão.

“Eu não demitiria o Paulo Campos, pois o acho competente e honesto”, confirmou Miranda. O treinador, antes de deixar o comando do time, confirmou que em momento algum houve interferência em seu trabalho. “Em momento algum tentaram usar de força política para trazer ou escalar jogadores. Neste ponto, só tenho elogios ao clube. Principalmente por se tratar de um time ainda em formação.”

O técnico não aceitava as insistentes cobranças em relação aos resultados do Tricolor. “O time está invicto frente a sete clubes de expressão”, lembrou. “Pagamos o preço pela total reformulação do elenco. Antes, o time era uma incógnita. Com o passar do tempo, conseguimos bons resultados, mas surgiram deficiências”. Os dirigentes de futebol Durval Lara Ribeiro e Paulo Welter eram os principais críticos de Paulo Campos.

O vice de futebol José Domingos tentou “apagar o incêndio”, mas o longo jejum de vitórias foi decisivo para a mudança no comando técnico. O auxiliar-técnico Carlos Faria também deixou o clube e Tato (ex-meia de Fluminense e Inter) foi contratado para a função, por indicação de Kleina.

Santos contrata Ávalos mas perde Claiton

AE

Santos – O Santos anunciou ontem a contratação do zagueiro Cristiano Ávalos, 26 anos, que defendeu o Paraná no ano passado e esteve neste semestre no coreano Sansung. Mas perdeu o volante Claiton, que deverá atuar no futebol japonês. O clube não foi revelado e foi o jogador quem pediu a rescisão de seu contrato, que terminaria no fim do ano.

Uma das cláusulas previa essa possibilidade de saída no meio do ano e os santistas irão ficar com 35% do valor da transação, que não foi informado. Com a saída de Claiton, o clube acelera a busca de outro jogador para a posição, pois já havia perdido Paulo Almeida e Renato.

O técnico Vanderlei Luxemburgo pretendia manter Preto Casagrande como volante e Elano escalado mais à frente, na função que Diego desempenha na equipe, para o clássico de domingo contra o Corinthians. Mas, com a saída de Claiton, vai escolher um novo volante, que deve ser Ricardo Bóvio, recentemente contratado e que atuava no futebol russo.

Na zaga também haverá mudança, com a suspensão automática de André Luís. Luxemburgo vai analisar as condições físicas de Cristiano Ávalos para saber se pode contar com o jogador, contando com o tempo hábil para a regularização do registro do atleta na CBF.

Caso Ávalos não jogue, poderá optar entre Pereira e Leonardo, de 17 anos. “A idéia é manter o time, porque o Diego já está fora desde o jogo contra o Guarani”, disse Luxemburgo.

Quanto à possibilidade de escalar Leonardo, comentou: “Não coloquei o Domingos? Não tem problema nenhum porque o jogador tem que começar e, se formos esperar que ele ganhe experiência, fica velho. Por isso, tem que colocar para jogar”.

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