Enquanto o técnico Paulo Cesar Carpegiani comandava o coletivo de ontem, no campo 6 do CT do Caju, o meio-campista Paulo Baier corria sozinho entre os campos 7 e 8. Diretoria e comissão técnica do Atlético tentaram abafar o caso, no entanto, um fato vai ganhando evidência nos últimos dias: a presença do maestro da meia-cancha vai deixando de ser unanimidade na orquestra do Furacão.
Um suposto bate-boca entre o craque e o comandante, no intervalo da vitória sobre o Ceará, teria sido o estopim para que o reinado de Baier fosse colocado em xeque. O meia está fora do jogo de amanhã contra o Avaí.
A possibilidade de Paulo Baier estar lesionado foi descartada pelo departamento médico. “Com ele, está tudo normal. Está liberado”, disse o médico do Atlético, Edilson Thiele, enquanto caminhava próximo do local onde o restante do elenco se preparava para o jogo em Santa Catarina.
Na palavra de Carpegiani, no entanto, o termo que definiu a atual perda de titularidade de Baier foi o de “poupar” o atleta. “Alguns jogadores estão muito desgastados. O próprio Paulo precisa de uma atenção muito especial. Eu já estava planejando isso com o próprio Riva (Carli, preparador físico do Atlético)”, ponderou o treinador.
Apesar da alegada “necessidade de cuidados especiais”, não é a primeira vez que o nome de Paulo Baier entra em rota de colisão com elenco do Atlético. Na estreia do atacante Joffre Guerrón, na derrota diante do Fluminense, o maestro esbravejou pelo fato de o equatoriano ter cobrado uma falta – o que até então era exclusividade do meio-campista.
Baier também não tem repetido as boas atuações que o consagraram desde a chegada em 2009. No entanto, sua sentença parece ter sido um pouco diferente da que teve o atacante Bruno Mineiro – também em dívida com a torcida, mas sem histórico de atritos no clube.
Bruno Mineiro perdeu a vaga de titular para o jogo na Ressacada. “Se ele começasse o jogo, a cobrança seria muito mais forte em cima”, justificou o treinador sobre o atacante, que ao menos permanece integrado ao resto do grupo.
Paulo Baier, aliás, sequer teve o nome relacionado entre os atletas que viajam hoje para Florianópolis. Ficará de “castigo” em Curitiba, com tempo para recondicionamento físico e talvez até uma reflexão profissional, como preparação apenas para o jogo da próxima quarta-feira, na Baixada, diante do Corinthians.
