O zagueiro Paulo André, um dos líderes do Bom Senso FC, movimento que busca melhorias nas condições de trabalho dos jogadores, criticou as instalações do Vasco, onde jogou por três meses em 2002. “Eu convivi com ratos e baratas no alojamento do Vasco. Respeito a instituição, mas eu vivi isso e precisamos melhorar essas condições”, criticou.
A afirmação do zagueiro do Corinthians foi feita durante um simpósio organizado pela Federação Nacional dos Atletas Profissionais (Fenapaf), na manhã desta segunda-feira, em São Paulo. O encontro contou com a presença de atletas profissionais, representantes das entidades sindicais, dos clubes, do Ministério do Esporte, CBF, e Rede Globo, em um debate sobre o futebol brasileiro.
Eurico Miranda, que participou do evento substituindo o presidente da Federação Carioca de Futebol, Rubens Lopes da Costa Filho, reagiu à crítica de maneira enfática. “Isso é impossível. É uma ofensa a uma instituição centenária. Rato deve ser comum na Europa ou na casa dele (Paulo André)”, criticou o dirigente, que era presidente do Vasco na época citada pelo jogador do Corinthians.
Na mesa para o debate estavam Rinaldo Martorelli, presidente da Fenapaf, Ocimar Bolicenho, presidente da ABEX (Associação Brasileira dos Executivos de Futebol), Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba, Marco Aurélio Cunha, ex-dirigente do São Paulo, Luiz Ademar, presidente da ACEESP (Associação dos Cronistas Esportivos de São Paulo), Turíbio Leite, fisiologista consultor da Fenapaf. Andrés Sanchez, responsável pela construção do Itaquerão, participou apenas da abertura do evento.
Um dos destaques do evento foi a apresentação da pesquisa “Jogos Simulatórios 2014”, estudo conduzido pela Fenapaf e pelo Sindicato dos Atletas de São Paulo que simula os efeitos das altas temperaturas nos jogadores de futebol no contexto da Copa do Mundo. Vinte e quatro partidas da Copa estão marcadas para as 13h. O estudo foi apresentado para a Fifa na semana passada pelo presidente da Fenapaf.
Com o levantamento científico, a entidade pretende criar uma documentação que sirva como referência para a Fifa. “Não existem dados que possam servir como base de estudo”, explica o fisiologista Turíbio Leite de Barros, coordenador da pesquisa e um dos mais renomados especialistas do Brasil em Fisiologia do Exercício. Os resultados da pesquisa não foram divulgados, pois o Sindicato prefere aguardar o pronunciamento oficial da entidade máxima do futebol.