O Brasil começou muito bem nesta sexta-feira o Mundial de Atletismo, que está sendo realizado em Doha, no Catar. Oito atletas do país competiram no estádio Khalifa e três deles conseguiram avançar de fase em suas provas. O de maior destaque foi o capixaba Paulo André, que venceu a sua bateria nas eliminatórias e se classificou às semifinais dos 100 metros. É o primeiro brasileiro a chegar nesta etapa depois de 24 anos, repetindo o feito de Robson Caetano em Gotemburgo-1995.
Paulo André não precisou se esforçar muito para vencer a sua bateria das eliminatórias, a quinta de seis no total, com o tempo de 10s11. O brasileiro foi beneficiado pela desistência do nigeriano Divine Oduduru, dono do segundo melhor tempo do ano (9s86), que resolveu se poupar para os 200 metros, nesta segunda-feira. As semifinais acontecem neste sábado a partir das 12h45 (de Brasília). Já a grande final pouco depois, será às 16h15.
“Conversei com o meu técnico e falei com ele que queria ganhar a eliminatória com sobra. Infelizmente não foi um tempo tão bom quanto eu queria, mas o negócio é ir fazendo o passo a passo nesse Mundial. Meu objetivo agora é chegar à final, para quem sabe tentar uma medalha”, disse Paulo André, em entrevista à SporTV, que tem 10s02 como melhor marca da carreira e busca ser o primeiro brasileiro a baixar a marca dos 10 segundos – o recorde é de Robson Caetano, com 10s00, em 1988.
Outros brasileiros na prova, Vitor Hugo dos Santos e Rodrigo Nascimento ficaram pelo meio do caminho. O primeiro ficou em sétimo na bateria 4, com 10s42, e o segundo fez 10s25 na bateria 6, terminando em quarto. Por dois centésimos de segundo não passou às semifinais pelo tempo.
Entre os classificados às semifinais estão nomes de destaque para buscar o título que foi do jamaicano Usain Bolt em quatro Mundiais (2009, 2011, 2013 e 2015). São eles os norte-americanos Justin Gatlin (atual campeão), Christian Coleman e Michael Rodgers e o também jamaicano Yohan Blake.
No salto triplo, Almir Júnior passou à final com 16,92 metros, a quinta melhor marca da sua bateria. “A gente trabalha para chegar aqui fazer o melhor. Eu tenho aprendido muito com a prova, ela bate muito quando erra. Agora é momento de errar e acertar e estamos fazendo muito isso nessa temporada. Chegar aqui, podendo classificar, fazendo um salto legal mostra que a gente tá no caminho certo”, afirmou.
Quem também avançou em sua prova foi Alison dos Santos, o Pio, que se classificou para a semifinal dos 400 metros com obstáculos com o tempo de 49s66. “Eu sabia o que precisava fazer para passar para a semifinal. É uma prova desgastante, então a gente tem que se poupar. Fiz o necessário para passar. Quando você treina, espera chegar no seu melhor, eu ainda não conheci o meu melhor, então espero evoluir cada vez mais”, comentou.