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Paula lamenta falta de legado do Rio-2016 e vê solução nas práticas de boa gestão

Paula, ex-jogadora de basquete, lamentou a falta de legado dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 e espera que o panorama político no COB (Comitê Olímpico do Brasil) se transforme radicalmente. “A gente vê ainda que precisa mudar muita coisa. Não dá para voltar ao que era, estamos tendo oportunidade de fazer diferente com esse afastamento do (ex-presidente Carlos Arthur) Nuzman”, afirmou.

Ela participará nesta terça-feira de um evento em São Paulo do Pacto pelo Esporte, que lançará uma ferramenta online, gratuita, que impulsiona boas práticas de gestão, governança, integridade e transparência na relação entre patrocinadores e entidades esportivas. “A ideia é preparar essas entidades a ter uma gestão com governança e transparência”, disse.

Paula também falou sobre a eleição para vice-presidente do COB, no dia 23 de março. Concorrem ao cargo José Medalha, Marcel de Souza, ambos com história no basquete, e Marco Antônio La Porta, presidente da Confederação Brasileira de Triatlo. “Acho de muita coragem quem está tentando ser vice agora, pegando uma gestão que já está em andamento”.

“Se for ter eleição para vice só para constar, para mim não vale nada. De fato, quais são as atribuições desse vice? Qual a independência que ele vai ter? A gente fica sempre em dúvida em relação a esses cargos. Até que ponto essa pessoa será uma peça importante nessa máquina?”, questionou a ex-jogadora.

Em 2004, Paula criou o Instituto Passe de Mágica, uma ONG que une esporte e educação. Até por isso, ela se entristece ao perceber que o Brasil desperdiçou uma grande oportunidade com a realização dos Jogos Olímpicos. “O legado de 2016 é péssimo. Falava-se que as estruturas iriam ficar, mas nem isso a gente está conseguindo. A gente não construiu junto o que fazer com isso depois”, comentou.

Para ela, o grande legado que fica dos Jogos é o “rating” que será anunciado nesta terça-feira. “Hoje, com a lei anticorrupção, a partir do momento que uma empresa dá dinheiro para uma entidade, ela é responsável se a corrupção se estende ali dentro. Então está todo mundo preocupado com isso. Antigamente as empresas patrocinavam em troca de ter uma mídia espontânea, hoje elas patrocinam também, mas estão temerosas”, explicou.

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