São Paulo – "É uma grande responsabilidade comandar o Corinthians. Uma grande pressão. Mas não me assusta o desafio." Foi assim que o técnico argentino Daniel Passarella anunciou o começo do seu trabalho no Parque São Jorge, ontem à tarde, após assinar contrato até o final do ano com o clube brasileiro.

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Passarella contou que seu primeiro contato com os dirigentes do Corinthians e da MSI aconteceu em janeiro, quando foi procurado para ser uma espécie de consultor. Depois, teve nova reunião em fevereiro, ainda para o mesmo cargo. Mas, com a demissão de Tite, na última segunda-feira, a conversa mudou de tom e ele foi chamado para ser o treinador.

"Acredito que o Brasil é o lugar mais difícil para se treinar", disse o argentino Passarella, durante sua apresentação oficial no Corinthians, elogiando o futebol brasileiro.

Na sua entrevista coletiva, Passarella fugiu dos temas polêmicos. Primeiro, garantiu que não tem problema com jogadores cabeludos -cortou o volante Redondo na Copa de 98, quando dirigia a seleção argentina, por ele se negar a cortar os longos cabelos. E até brincou com a pergunta do repórter brasileiro: "Todos os jogadores vão ficar carecas", afirmou o técnico, rindo.

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Quando perguntado sobre a interferência do iraniano Kia Joorabchian, presidente da MSI, no trabalho do treinador – como aconteceu com seu antecessor Tite -, Passarella desconversou. Disse que não participou das situações passadas e que a resposta cabia aos dirigentes.

O novo técnico do Corinthians também garantiu que não tem nada contra jogadores brasileiros, como chegou a ser comentado. Contou, inclusive, que trabalhou no México com brasileiros e estes passaram a ser mais valorizados sob seu comando.

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Ao ser perguntado sobre se tinha consciência da "bomba" que estava assumindo ao aceitar o cargo, Passarella riu. "Já estou começando a me dar conta da pressão que é dirigir o Corinthians, mas é preferível dirigir uma equipe sob pressão do que outra de menor expressão", explicou.

Ele não quis falar se é linha dura ou disciplinador. "Deixo isso para depois, quando vocês (jornalistas) me conhecerem melhor, para depois falarem sobre a forma como trabalho. O que eu prezo, na verdade, é um futebol técnico."

Estréia quarta

O técnico Daniel Passarella adiantou ontem que, apesar de já comandar a equipe no treino de hoje pela manhã, para o jogo contra o União São João, amanhã, pelo campeonato paulista, só dirige a equipe do banco a partir de quarta-feira, quando o time paulista enfrenta o Cianorte, pela segunda fase da Copa do Brasil. Sobre seu relacionamento com a imprensa – o treinador é conhecido por fazer treinos fechados e limitar entrevistas de seus atletas – disse que espera fazer seu trabalho com tranqüilidade e irá respeitar o trabalho de repórteres, mas também espera ser respeitado.