Uma partida emblemática na história do futebol brasileiro fez 50 anos no último domingo. Dois jovens jogadores, até então tidos como promessas, estrearam juntos numa Copa do Mundo contra a União Soviética, em 15 de junho de 1958. A partir daquele dia, Pelé e Garrincha trilharam uma parceria sem precedentes na história do futebol mundial.
Aos 17 anos, Pelé já era reconhecido como um jogador excepcional. Mas chegou à Suécia contundido, e a comissão técnica temia expor o garoto de físico franzino aos ?brutamontes? europeus. Também havia dúvidas se suportaria tamanha responsabilidade.
Garrincha já tinha 24 anos e quase três de seleção. Mas não era unanimidade. Alguns o acusavam de ser displicente, além de pouco efetivo com a amarelinha. Só fez seu primeiro gol pela seleção um mês antes da Copa, num amistoso contra o Corinthians. Só jogou contra a URSS porque o titular Dida, do Flamengo, machucou-se contra a Inglaterra.
Conta a lenda que os jogadores pressionaram o técnico Vicente Feola a lançar Pelé e Mané na terceira partida da Copa. Verdade ou não, o fato é que ele não se arrependeu: Brasil 2 a 0 URSS, com dois gols de Vavá, atuação espetacular de Garrincha e consistente de Pelé.
O resto da história todos conhecem: a dupla – especialmente Pelé-, ao lado de coadjuvantes de luxo como Didi, Gilmar e Nilton Santos, encantou o mundo e conduziu o Brasil ao título. Amanhã (dia 19), outro jogo histórico faz 50 anos: a vitória do escrete canarinho por 1 a 0 sobre País de Gales, gol de Pelé, o primeiro dele num Mundial.
Ambos só haviam atuado lado a lado pela seleção em 18 de maio de 1958, numa vitória por 3 a 1 sobre a Bulgária, em São Paulo. Com os dois em campo, o Brasil jamais perdeu uma partida sequer. Foram 40 partidas com Pelé e Mané: 35 vitórias brasileiras e cinco empates, além de um bicampeonato mundial (1958 e 62) que teve cada um deles como protagonista.
