Teresópolis – Contrariando a expectativa da torcida, o técnico Carlos Alberto Parreira deixou Robinho na reserva durante a maior parte do treino de ontem pela manhã. O treinador vinha acenando com a possibilidade de escalar juntos dois meias-ofensivos e dois atacantes, mas preferiu manter o esquema antigo, com três volantes.
O treino durou 29 minutos. O time começou com Emerson, Zé Roberto e Juninho Pernambucano no meio-de-campo, Kaká e Ronaldinho Gaúcho se revezando na tarefa de conduzir a bola ao ataque e apenas Ronaldo enfiado entre os zagueiros do time reserva. Com essa formação, só um gol foi marcado: aos 14 minutos, Ronaldinho Gaúcho lançou Zé Roberto, que invadiu a área pela esquerda e cruzou rasteiro para Ronaldo. O zagueiro reserva Cris, porém, resolveu ?fazer o serviço? e marcou gol contra.
Aos 21 minutos, Parreira resolveu atender ao pedido da torcida. Trocou Juninho Pernambucano por Robinho, que vinha tendo atuação discreta no time reserva. Pela primeira vez, os pouco mais de 50 torcedores que acompanhavam o treinamento se manifestaram. ?Pedala pra cima deles, Robinho?, gritou um torcedor, eufórico. O atacante santista entrou tentando mostrar serviço. Movimentou-se bastante, principalmente pelo lado direito, ao lado de Cafu. Vale lembrar que, no Santos, ele costuma atuar pela esquerda. ?O treino foi bom, mas ainda não sei se vou jogar. Estou me preparando para, se tiver que entrar, entrar bem?, disse Robinho.
Ele negou estar triste por ter começado no time reserva. ?Não tenho porque ficar triste. Só de ter uma oportunidade no grupo da Seleção já fico muito feliz?. Nos oito minutos em que treinou no time titular, Robinho recebeu sete vezes a bola. Deu cinco passes certos, foi desarmado uma vez e arriscou um chute a gol, forte, no canto esquerdo do goleiro Marcos, que fez ótima defesa.
Robinho não participou da jogada do segundo gol do time titular: Cafu cruzou, Ronaldinho Gaúcho ajeitou e Emerson chutou sem chances para Marcos. Foi um belo gol do volante, que faz domingo seu primeiro jogo oficial como titular da Seleção após 16 meses. ?Quarteto fantástico? – Foi pouco, muito pouco. Mas oito minutos em que o atacante santista atuou como titular deixaram evidente a falta de entrosamento do ?quarteto fantástico?: Robinho, Kaká e os dois Ronaldos. Em nenhum momento houve uma troca de pelo menos três passes certos entre esses quatro jogadores. Kaká e Robinho eram os que mais buscavam jogo, Ronaldinho Gaúcho também se apresentava, mas o Fenômeno foi um fiasco. Durante esse tempo, sequer tocou na bola. Limitou-se a andar de um lado para o outro, tentando, sem sucesso, se desvencilhar da marcação dos zagueiros Cris e Luisão.
Com a entrada de Robinho, outra alteração tática na equipe foi na marcação, que ficou mais frouxa. Com Juninho Pernambucano, Parreira ensaiava uma blitz, pedindo a seus jogadores que marcassem sob pressão o time adversário em sua saída de bola. ?Não deixa sair? e ?Não deixa pensar? eram os gritos mais usados pelo técnico durante a primeira parte do treino.