Depois de ver a seleção brasileira perder por 2 a 1 para a Inglaterra, no Estádio de Wembley, em Londres, na última quarta-feira, Carlos Alberto Parreira creditou boa parte do resultado negativo à “vantagem física” dos adversários em relação a alguns jogadores do time nacional que estão em início de temporada, assim como fez Luiz Felipe Scolari ao comentar a sua reestreia no comando do Brasil. O coordenador técnico, porém, preferiu enxergar o lado bom da derrota para o forte rival e já começou a projetar a evolução da seleção, que fará uma série de outros amistosos complicados e disputará a Copa das Confederações neste primeiro semestre de 2013.
“Acho que o encontro foi positivo. É evidente que o resultado não foi, mas a gente tem que levar em consideração aquilo a gente conversou e nós sabíamos, e isso não foi nenhuma surpresa, que o time inglês é uma boa equipe tecnicamente, provou isso, tem bons jogadores, que levaram uma vantagem muito grande”, disse Parreira, em entrevista ao site oficial da CBF, após o duelo diante da Inglaterra.
O coordenador técnico ressaltou que é preciso tempo para que a seleção brasileira atinja o entrosamento e a condição física ideais para conquistar resultados expressivos. “Não é só com um treino, em um jogo difícil contra a Inglaterra, que a gente pode querer que tudo saia perfeito. Não saiu, houve coisas muito positivas e coisas que precisam ser melhoradas e ficaram muito claras. Para nós (da comissão técnica) isso é bom porque agora temos por onde começar a trabalhar e por onde começar a cobrar. Agora a bola começou a rolar, entramos na arena, antes estava só na especulação, na parte teórica, mas a bola começou a rolar e agora muda tudo”, enfatizou.
Parreira destacou que “como teste e observação” o amistoso serviu muito para que ele e Felipão comecem a pensar “um pouco mais à frente” neste período de preparação cujo principal objetivo é a conquista da Copa do Mundo de 2014. “O trabalho vai ter continuidade. É apenas o início e que vai nos dar a oportunidade de ver o que aconteceu e melhorar cada vez mais”, projetou.
Já ao comentar a superioridade física dos ingleses em relação aos jogadores da seleção que atuam no Brasil, Parreira ainda destacou que o adversário está disputando o qualificatório para o Mundial e já conta com uma equipe-base definida há mais tempo, enquanto Felipão tenta iniciar um novo trabalho após a saída de Mano Menezes.
“Eles (ingleses) estão disputando as Eliminatórias, estão com um time formado, estão em um estágio físico muito superior ao nosso, isso ficou muito claro no jogo. Nós necessitamos de montar o time, taticamente de acordo com as ideias do Felipão, e fisicamente temos muito jogadores que no Brasil ainda estão começando a temporada e não tiveram ainda como acompanhar esse ritmo. O jogo foi muito veloz”, opinou.
Parreira, entretanto, destacou que o Brasil conseguiu compensar essa desvantagem física de alguns atletas travando uma partida parelha com a Inglaterra. “Apesar de tudo, a posse de bola foi praticamente a mesma, as chances de gol foram equilibradas e no segundo tempo chutamos mais bolas ao gol do que eles, foram dez chutes contra três, e eles aproveitaram duas oportunidades porque estavam mais intensos na partida”, analisou.