Rio – Irritado com as últimas quedas-de-braço com clubes da Europa pela liberação de jogadores, o técnico Carlos Alberto Parreira está irredutível: exige a presença com cinco dias de antecedência dos convocados para o jogo do Brasil com o Paraguai, dia 31 de março, em Assunção, pelas eliminatórias do mundial de 2006. Considera a partida muito importante para a seleção se firmar na competição, até porque o adversário lidera o torneio. Parreira ainda reclama ostensivamente da recente intransigência do Milan, que se recusou a ceder Kaká para o pré-olímpico.
A preocupação do treinador procede. O confronto com o Paraguai está marcado para uma quarta-feira. Se os clubes europeus cumprirem determinação da Fifa, a de liberar os convocados cinco dias antes de compromissos oficiais das seleções nacionais, os escolhidos de Parreira já poderão viajar para o Brasil a tempo de participar de pelo menos três etapas de treinamento em Teresópolis, região serrana do Rio. Mas os campeonatos europeus vão ter rodadas no sábado, 27 de março, e no domingo, 28, e Parreira suspeita que alguns clubes vão fazer o possível para manter os atletas até o encerramento de suas partidas nessas datas.
“Se a gente bobear, vai ficar com o grupo somente dois ou três dias. Aí é muito pouco”, disse Parreira, que desembarca hoje cedo no Rio, dois dias depois do empate sem gols do Brasil com a Irlanda, em Dublin.
Após o jogo com o Paraguai, a seleção terá outra tarefa árdua -enfrentará a rival Argentina, no Mineirão. Ou seja, os dois próximos compromissos do Brasil pelas eliminatórias vão ser contra o líder e o segundo colocado do torneio. Por isso, Parreira não abre mão um dia sequer de poder trabalhar com o grupo.
O técnico disse que gostou do desempenho da seleção no amistoso de quarta-feira. E fez elogios ao trio de atacantes, formado por Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká. Comentou que eles poderiam ter rendido mais se houvesse entrosamento.