Como diria o ex-beatle John Lennon, o sonho acabou. O Brasil dá adeus para o hexacampeonato ao ser derrotado pela França de Zidane por 1 a 0, gol do atacante Thierry Henry, aos 12 minutos do segundo tempo. O Brasil volta mais cedo para casa enquanto os franceses avançam para as semifinais e encaram Portugal, do técnico Luiz Felipe Scolari.
Desde o início do jogo, desenhava-se a crônica de uma morte anunciada. O técnico Carlos Alberto Parreira, com sua teimosia habitual, insistiu em deixar dois laterais que nada produziram durante toda a Copa e que estavam mais preocupados em bater seus recordes pessoais a produzirem algo de útil para a seleção.
O Brasil foi o adversário que a França pediu a Deus. Lento nas saídas de bola e sem um pingo de inspiração, os nossos "carrascos" não tiveram dificuldades em imprimir seu ritmo de jogo e dar as cartas na partida. Zidane, no alto de seus 34 anos, jogava como um moleque de 18, dando dribles, distribuindo a bola, lançando e marcando, sendo o ponto de referência dos gauleses.
Apesar de finalizar poucas vezes, a França sempre rondava a área brasileira. Lúcio e Juan tinham que se virar para consertar erros que iniciavam no ataque, principalmente com Cafu, uma nulidade em campo. Enquanto isso, lá na frente, Ronaldo ficava plantado sem se mexer e Ronaldinho Gaúcho parecia mais preocupado com o seu visual a jogar futebol.
Henry marca. Alles les Bleus
Mesmo com o futebol horroroso apresentado na etapa inicial, Parreira volta, para desespero dos 180 milhões de brasileiros, com o mesmo time, que, como era de se esperar, jogava o mesmo futebol lento, burocrático e sem qualquer tipo de ânimo para atacar.
Alheia a essa má vontade brasileira, a França seguia atacando. E como "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura", os conterrâneos de Asterix marcam o gol. Após um levantamento perfeito de Zidane, Henry, sem marcação do lateral-esquerdo, entrou livre para tocar para o fundo das redes de Dida, aos 12 minutos.
A situação já não era favorável e ficou ainda mais desesperadora quando o treinador trocou Juninho Pernambucano por Adriano. Agora, em vez de um jogador isolado e sem utilidade lá na frente, tínhamos dois jogadores isolados e sem quaisquer utilidades plantados no ataque.
Aos 30 minutos, Parreira mexe mais uma vez no time. Saiu Cafu, o pior jogador brasileiro em campo, e entrou Cicinho. Pouco depois, sacou Kaká, que não teve uma tarde feliz, para entrada de Robinho. Mas querer que eles resolvessem em 15 minutos o que o time não tinha feito em quase todo o jogo, é pedir demais. Ao menos, os dois jogadores do Real Madrid deram mais mobilidade ao time e tentaram colocar fogo no duelo, todavia, já era tarde.
A França foi administrando o jogo até o apito final. Os franceses, mais uma vez, foram nossos "asas negras" e continuam na Copa. Para o Brasil, resta a lição que sem humildade, espírito de equipe e, principalmente, amor à camisa verde e amarela, não se ganha uma competição tão importante como a Copa. O Brasil conquistou a competição em 2002 por reunir tudo isso, além do comando de Felipão, que não tinha medo de sacar jogador. Perdemos essa porque interesses pessoais foram mais importantes que os coletivos.
Esperamos que em 2010 nossa seleção volte a apresentar aquele futebol que sempre encantou o mundo.