Parreira convoca seleção para enfrentar o Paraguai

Rio de Janeiro – Conforme tinha avisado, o técnico Carlos Alberto Parreira não apresentou nenhuma grande novidade na convocação da seleção brasileira para o jogo contra o Paraguai, dia 31 de março, em Assunção, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2006.

Sem clube, Rivaldo ficou fora da lista. E Ronaldo, mesmo contundido, foi chamado, pois a expectativa é que ele volte a jogar na próxima semana, contra o Sevilla, pela 30.º rodada do campeonato espanhol.

Dos 22 jogadores chamados, apenas 4 atuam no futebol brasileiro: o goleiro Marcos (Palmeiras), o volante Renato (Santos), o meia Alex (Cruzeiro) e o atacante Luís Fabiano (São Paulo). Os demais atuam na Europa, com destaque para o volante Júlio Baptista (Sevilha), o meia Juninho Pernambucano (Lyon) e o atacante Adriano (Inter de Milão). Todos os outros já vinham sendo chamados desde a Copa de 2002.

A seleção brasileira desembarca em Assunção no dia 29 de março. O jogo com o Paraguai vale a liderança das eliminatórias da Copa, já que os paraguaios estão em primeiro lugar, com 9 pontos, um a mais do que o Brasil. No retrospecto histórico, ampla vantagem brasileira: foram 47 vitórias, 16 empates e 9 derrotas, com 163 gols a favor e 58 contra.

Sem experiências

A previsível lista de convocados da seleção brasileira, divulgada ontem, tem uma justificativa muito clara para Parreira. “Não é hora para experiências”, afirmou o treinador, ao lembrar que o Brasil tem um decisivo e difícil jogo contra o Paraguai, dia 31, em Assunção, pelas eliminatórias.

Parreira revelou ter convocado “o que há de melhor no Brasil atualmente. São todos jogadores com quem já estamos trabalhando há algum tempo”, explicou o treinador. A única exceção é Rivaldo, que só não foi chamado por estar sem clube e, conseqüentemente, sem treinar. Assim, não haveria como ele se preparar adequadamente para a partida. Com isso, é bem provável que a posição originalmente pertencente a Rivaldo seja novamente entregue a Kaká, conforme ocorreu no amistoso do mês passado, contra a Irlanda, em Dublin.

Mas Parreira avisou que, gradativamente, irá renovar a seleção brasileira para a Copa do Mundo da Alemanha. “Até 2006 teremos muitas oportunidades de testar novos jogadores”, garantiu o técnico.

Camaleão

Preocupado com a falta de tempo para treinar antes do jogo com o Paraguai, Parreira lançou um novo conceito para o time do Brasil: a seleção camaleão. A idéia, segundo ele, é que os jogadores se transformem quando vestirem a camisa verde e amarela, superando os problemas de preparação com muita garra e amor ao País.

“Temos jogadores que jogam por diversos clubes no mundo que defendem várias cores diferentes. Mas eles vão vestir a camisa amarela do Brasil, precisa ser uma seleção camaleão em campo”, afirmou Parreira, tentando motivar o grupo para esse jogo. Mesmo porque, ele sabe que não dará para fazer muita coisa além de conversar com os atletas, que é o que ele mais tem feito em todas as convocações. Afinal, o time fará apenas um treino, dia 30, já em Assunção, para reconhecimento do gramado do Estádio Defensores del Chaco.

Renato toma vaga de Kléberson

Rio –

O meia Renato, do Santos, deve ser o único atleta em atividade no País a vestir a camisa titular da seleção brasileira no jogo com o Paraguai, dia 31, em Assunção, pelas eliminatórias do mundial de 2006. Ele está na lista, anunciada ontem, dos 22 convocados para a partida e saiu na frente na disputa da vaga com Kléberson, do Manchester United.

“O Kleberson ficou na reserva de seu clube nas últimas quatro semanas. Isto pesa na definição”, disse Parreira, ao falar sobre a possibilidade de Renato ser escolhido para sair jogando. Depois, o treinador lembrou de outra opção para o setor: Juninho Pernambucano. Quem assistiu, porém, à entrevista coletiva de Parreira, percebeu um gesto afirmativo, com um leve movimento de cabeça do treinador, assim que respondeu a uma pergunta sobre as chances de Renato na equipe.

A relação de nomes elaborada por Parreira não trouxe nenhuma novidade. Ronaldo foi convocado e terá de jogar pelo clube espanhol até o dia 28, véspera da apresentação do grupo, para garantir presença contra o Paraguai. O atacante sofreu lesão muscular na semana passada e os médicos do Real Madrid asseguraram que ele estará recuperado em poucos dias.

Se Ronaldo não puder jogar, Adriano, da Inter de Milão, será seu substituto. O atacante Luís Fabiano, do São Paulo, ficaria assim na reserva.

O mesmo critério de inclusão de Ronaldo na lista valeu para o lateral Belletti, do Villarreal. Contundido, tem previsão de alta para o fim de semana.

Parreira deixou fora Rivaldo, sem clube, o que já era previsto. O craque pode fazer parte novamente da seleção se voltar a jogar por um grande clube. “As portas estão abertas para ele. Quem vai determinar o futuro do Rivaldo na seleção é o próprio atleta”, disse Parreira. No rastro da ausência do craque que foi considerado um dos melhores do mundial de 2002, o técnico fez elogios a Kaká, num novo indício de que o ex-jogador do São Paulo está com seu lugar garantido no time. “Em um mês, ele se firmou no Milan e está fazendo seu nome no futebol italiano. Sem Rivaldo, a seleção perde em experiência. Com Kaká, ganha em juventude e entusiasmo.” O treinador disse que convocou “a tropa de choque” o que tem de melhor para superar o “forte” Paraguai e o calor em Assunção. “Nossos atletas vêm do frio da Europa e isso implica num desgaste a mais.” Ele ainda utilizou uma frase de efeito para demonstrar otimismo. “Vai ser um time-camaleão, com capacidade de vestir a camisa amarela, dois dias depois de vestir camisas vermelhas ou azuis, e honrar a tradição do futebol brasileiro”, declarou, referindo-se ao pouco tempo de treino para a equipe e ao fato de que boa parte dos convocados estará atuando por seus clubes no fim de semana anterior ao da partida com o Paraguai, marcada para uma quarta-feira.

O técnico não quis falar sobre os não-convocados. Perguntado sobre o desempenho de Mancini, da Roma, e de Edu, do Arsenal, nas últimas rodadas dos campeonatos europeus, disse que oportunidades não faltarão para quem estiver se destacando. “Vem aí a Copa América (em julho), amistosos, vai ter muita coisa pela frente.” Depois, citou Robinho, Diego, Juninho Paulista, Fábio Rochemback e Felipe (Flamengo), como jogadores que podem vir a integrar a seleção em futuras convocações.”

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