Montevidéu – Carlos Alberto Parreira revelou que Robinho pode ser titular contra o Uruguai, amanhã, em Montevidéu. O discurso vai de encontro ao que ele próprio havia dito no domingo, logo após a vitória sobre o Peru, em Goiânia. Na ocasião, o treinador da seleção afirmou que manteria Juninho Pernambucano no time e deixaria o atacante do Santos na reserva.
Mas, ontem, ao falar sobre o esquema da seleção uruguaia – que atua com três zagueiros -, Parreira falou
que escalar Robinho é ?uma possibilidade?. ?Tudo é possível?, disse o treinador. ?Vou pensar isso com calma.?
O técnico, porém, garantiu que só vai divulgar a escalação momentos antes da partida, já no Estádio Centenário. Ciente do tabu que estará em jogo – o Brasil não vence a seleção uruguaia em Montevidéu há 29 anos -, Parreira não quer dar armas ao adversário. ?O Uruguai está com um time muito bem equilibrado?, elogiou.
Além da dúvida entre Juninho e Robinho, Parreira contou que não sabe quem escalará no lugar do zagueiro Juan, suspenso. São duas as opções: Cris e Luisão. Cris leva vantagem por ter um pouco mais de experiência na seleção (16 jogos, contra 12 do ?concorrente?), atuar mais pela esquerda da defesa (como Juan) e ter atuado no último jogo do Brasil contra o Uruguai em Montevidéu, em 2001, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002. Além disso, Cris está em boa fase no Lyon: foi eleito recentemente o melhor zagueiro do Campeonato Francês.
Já Luisão tem a seu favor a ótima semana de treinos que teve com a seleção na semana passada, que lhe renderam até uma vaga no banco de reservas contra o Peru, domingo, em Goiânia – Cris teve de assistir ao jogo de um camarote, com os demais membros da delegação brasileira.
Seleção brasileira vira escudo de Ronaldo
Montevidéu – O mutirão para ajudar Ronaldo continua. Agora, além de tentar passar a bola pro atacante desencantar em campo, os demais jogadores da Seleção criaram uma espécie de escudo para o Fenômeno. É como um pacto. Nas entrevistas, todos fazem questão de exaltar as qualidades de Ronaldo. E sobre sua vida extra-campo, a ordem foi a seguinte: ninguém deveria comentar a suposta gravidez da mulher do atacante, Danieela Cicarelli – já desmentida pela assessoria de imprensa da apresentadora.
Antes de os assessores de Daniella se pronunciarem, o assunto foi encarado como tabu na delegação brasileira. Nem os assessores de imprensa da Seleção quiserem comentar. Rodrigo Paiva, chefe da assessoria e ex-assessor particular de Ronaldo, nem quis ouvir a pergunta. ?Não falo sobre isso?, disse ele.
Para Roberto Carlos, os problemas extra-campo de Ronaldo não estão interferindo em seu futebol. ?É impossível um jogador de Seleção tremer na base.? Roberto Carlos completou: ?Só peço que as pessoas tenham paciência, não só com o Ronaldo, mas também com o Kaká, o Robinho… esses jogadores, se erram um passe, logo vêem um batalhão de críticas. Não pode ser assim?.
Fora
Apesar de Parreira já ter afirmado que pretende contar com força total na Copa das Confederações, de 15 a 29 de junho, na Alemanha, Ronaldo revelou, em entrevista ao site oficial do Real Madrid, que não irá defender a seleção nesse torneio.
Parreira disse que a Copa das Confederações seria teste pra Copa do Mundo, por isso, levaria todos seus titulares.
Mas parece que o treinador da seleção abriu uma exceção para Ronaldo.
Seleção não pensa em dar show
Montevidéu – Por que os craques brasileiros brilham na Europa mas não conseguem encantar jogando pela seleção? Roberto Carlos responde. "É simples. Nos nossos clubes trabalhamos 11 meses juntos em torno de um objetivo. Na seleção nos juntamos em cinco dias e temos que fazer a mesma coisa. Ou seja: é impossível", explicou o lateral do Real Madrid.
A questão voltou à tona após a magra vitória por 1 a 0 sobre o Peru, domingo, em Goiânia. Nesta segunda-feira, já no Uruguai, adversário de quarta-feira no Estádio Centenário, os jogadores continuaram a dar explicações sobre a fraca atuação diante dos peruanos.
Roberto Carlos, o segundo jogador mais experiente do atual elenco (só perde em jogos disputados para Cafu, 137 a 117) foi quem mais falou sobre o assunto. De acordo com o lateral-esquerdo, a torcida não pode se iludir, imaginando que a seleção vá dar espetáculo em jogos pelas eliminatórias. "Nós só conseguimos jogar bem quando temos uns quarenta dias de treino, como é na Copa do Mundo", revelou.
Para Roberto Carlos, a seleção pode até pensar em começar a dar "show" depois que garantir a vaga na Copa de 2006, na Alemanha. "Mas até lá, nosso objetivo vai continuar sendo exclusivamente a classificação", avisou.
Já o técnico Carlos Alberto Parreira chegou a se irritar com a insistência dos jornalistas em querer saber o motivo de o Brasil não conseguir apresentar um futebol que encante a torcida. "Nosso objetivo é um só: a classificação. Não temos outro objetivo. Só esse. E isso estamos fazendo de forma satisfatória", disse.
Para mostrar que o brasileiro deveria estar exaltando a atual campanha da seleção, e não procurando defeitos no time, Parreira traçou um paralelo com a trajetória da equipe nas Eliminatórias para a Copa da Coréia/Japão, em 2002.
"Na última eliminatória, a essa hora, estávamos na quarta colocação e com vários adversários logo atrás. Agora estamos em segunda e bem perto da classificação", lembrou Parreira.
Para Parreira, a seleção deve jogar melhor contra o Uruguai, que é o quinto colocado nas eliminatórias. "Eles vão vir pra cima, precisam muito da vitória para continuarem com chances de classificação", justificou.
Delegação já está em Montevidéu
Montevidéu – O zagueiro Luisão deverá ser a única novidade da seleção brasileira para a partida de amanhã, contra o Uruguai. Ele entra no lugar de Juan, suspenso por cartão amarelo. No início da madrugada de ontem a delegação chegou ao Hotel Sheraton, onde ficará concentrada até a partida de amanhã, válida pela 13.ª rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2006.
Segundo colocado com 23 pontos, o Brasil vai para esta partida tentando quebrar um longo jejum: há 29 anos não vence o Uruguai no Estádio Centenário. Parreira sabe que encontrará uma seleção bem diferente daquela que o Brasil enfrentou em novembro de 2003, em Curitiba, no primeiro turno. Aquele jogo terminou empatado em 3 a 3, mas, para o treinador, o Brasil poderia ter goleado. Só não fez isso por "vacilos" no segundo tempo.
Para Parreira, o time do Uruguai melhorou bastante desde que mudou de treinador: saiu Carrasco, que comandou a Celeste naquele empate, e entrou Jorge Fossati.
Os uruguaios, por sua vez, apelarão à escrita de Montevidéu para aproximar-se da vitória e uma conseqüente vaga à Copa de 2006. O time vem de um empate por 1 a 1 com o Chile no Estádio Nacional de Santiago e ocupa a quinta posição da tabela com 15 pontos.
Lugano faz um alerta para os uruguaios
Montevidéu – O zagueiro Lugano já conhece bem o futebol brasileiro. Titular do São Paulo, ele deu alguns conselhos para seus companheiros da seleção uruguaia, que enfrenta o Brasil amanhã, em Montevidéu, pelas Eliminatórias da Copa.
?Os jogadores brasileiros são imprevisíveis e não temos que dar espaços a eles?, avisou Lugano, que será titular do Uruguai no jogo em Montevidéu. ?Não existe um método para marcá-los.?
Além de reconhecer o talento do time do Brasil, Lugano lembrou que há uma motivação extra para os brasileiros na partida de amanhã. ?Eles têm uma pedra em suas chuteiras, pois há quase três décadas (29 anos) não conseguem vencer em Montevidéu?, afirmou o zagueiro, que, no entanto, sabe da força da camisa uruguaia. ?Os brasileiros nos respeitam como poucos o fazem.?
Humildade
O técnico uruguaio Jorge Fossati pregou hoje a humildade para vencer o Brasil amanhã, no Centenário. ?Se quisermos ganhar do Brasil, campeão do mundo, temos de manter a humildade e atacarmos com decisão total?, afirmou o treinador.
Já o atacante da Juventus, Marcelo Zalayeta, disse que o Uruguai precisa atacar se quiser vencer. ?O Brasil entra para vencer qualquer um, não especula, e nós temos de jogar da mesma forma?, analisou.