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Parque Olímpico no Rio acumula problemas como fiações expostas e infiltrações

Fiação exposta, instalações elétricas com risco à segurança, pisos danificados e inúmeros casos de infiltração são apenas alguns dos problemas que esperam solução há pelos menos oito meses em arenas esportivas construídas para os Jogos do Rio-2016 no Parque Olímpico da Barra. As situações mais graves estão no Velódromo e no Centro de Tênis, que registram acúmulo de água em diversas salas causado por infiltrações nas paredes ou a partir do piso.

Em abril do ano passado, um relatório elaborado por engenheiros do Departamento de Infraestrutura do Esporte, ligado ao Ministério do Esporte, apontou a existência de “mais de 1.300 registros de anomalias ou falhas identificadas em diversos sistemas construtivos” das Arenas Cariocas 1 e 2, do Centro de Tênis e do Velódromo. O laudo foi apresentado assim que a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo) recebeu da Prefeitura do Rio de Janeiro a gestão das arenas.

Segundo o termo de cessão, a autarquia tinha 90 dias para apontar danos e possíveis vícios construtivos nas arenas. Caberia à Prefeitura do Rio de Janeiro realizar os reparos ou acionar as construtoras responsáveis pelas obras. Todas as instalações olímpicas foram erguidas para os Jogos do Rio-2016 e tinham cerca de um ano de uso.

Apesar disso, não faltavam problemas. Além da ausência de documentações para “atendimento pleno das normas”, a análise visual feita pelos engenheiros nas quatro instalações apontou uma série de danos – eles iam de corrosão em estruturas metálicas à falta de forração.

Erguido a um custo total de R$ 224,7 milhões – quase R$ 50 milhões a mais do que o previsto -, o Centro de Tênis já sofria com problema de acúmulo de água em algumas áreas, causado provavelmente pelos “problemas de infiltração” e pelo “desnível de pisos”, como apontava o laudo. Apesar do pouco uso, portas já estavam danificadas e a fiação elétrica, exposta.

Situação semelhante podia ser vista no Velódromo. Inaugurado a apenas 40 dias do início da Olimpíada, a instalação foi a última arena a ser entregue para os Jogos do Rio-2016, após sofrer atrasos no cronograma de construção e aumento dos custos. Orçada inicialmente em R$ 118,88 milhões, a construção consumiu R$ 31 milhões a mais dos cofres federais. A conta final ficou em R$ 149,9 milhões.

Entre março e dezembro do ano passado, o Velódromo foi sede da representação do Ministério do Esporte no Rio de Janeiro e também da Aglo – desde o início deste ano, ambas foram deslocadas para a Arena Carioca 1. No segundo semestre, deverá abrigar um museu dedicado ao esporte.

O problema é que, para isso, precisará ser resolvida uma série de infiltrações, “com destaque para a eflorescência de água no subsolo”. Do lado de fora, os engenheiros apontavam para a necessidade de ser realizado o ajuste no “caimento irregular do piso”, que ainda hoje resulta em acúmulo de água junto às paredes.

REFORMAS – A Prefeitura do Rio de Janeiro vai desembolsar R$ 2,5 milhões somente para arcar com as reformas do Centro de Tênis e do Velódromo. Segundo a RioUrbe, empresa pública responsável por gerenciar as obras do município, a arena de tênis “já possui processo formado para a solução dos problemas no valor de R$ 1,5 milhão”. Os reparos no Velódromo têm estimativa de custo de R$ 1 milhão.

Todas as arenas deveriam ser reformadas pelas empresas ou consórcios responsáveis por suas construções, mas algumas delas estão em processo de liquidação ou tiveram seus contratos rescindidos pelo município e por isso se recusam a realizar as obras. De acordo com a RioUrbe, elas serão acionadas na Justiça para ressarcir os cofres do Rio de Janeiro dos prejuízos.

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