Após três dias de descanso os pilotos do Rali Paris-Dakar voltam hoje à disputa da prova e a tendência é a de que todos procurem acelerar ao máximo seus veículos na expectativa de ?recuperar o tempo perdido?. Os brasileiros da equipe Petrobrás/Lubrax aproveitaram a folga de ontem para conhecer a capital do país africano.
?Estávamos num ritmo bom e o nosso carro não teve problemas e isso estaria a nosso favor?, disse o piloto Klever Kolberg, em nono na categoria carros, lamentando o cancelamento das 10.ª e 11.ª etapas, anteriormente previstas para sábado e domingo e canceladas por falta de segurança. ?Agora, todo mundo vai correr como louco. Precisaremos ter bastante cautela para manter a nona posição e até tentar ganhar algum lugar na classificação geral.?
Mas, a princípio, a etapa de hoje, de 213 quilômetros cronometrados, entre Bobo-Dioulasso e Bamako, em Mali, não preocupa Kolberg. O piloto está mais atento às etapas de quinta e sexta-feira, entre Ayoûn El Atroûs e Tidjikja e Tidjikja e Nouakchott.
?A primeira terá um trecho de 548 quilômetros cronometrados e, a outra, 579 quilômetros. Vamos enfrentar dunas gigantes e ervas de camelo, que são pequenas moitas que nos impedem de andar mais de cinco metros em linha reta?, disse Klever.
Ontem, ele, o navegador Lourival Roldan, além do piloto de moto, Jean Azevedo (15.º colocado), visitaram uma família de Bobo-Dioulasso. Já André Azevedo, segundo na classificação geral dos caminhões, alugou um ciclomotor para fazer um ?city tour? pela cidade africana.
Lotação máxima
O acampamento do Dakar, montado no aeroporto de Bobo, nunca esteve tão cheio. Com a paralisação da prova, muitos pilotos que ficaram para trás puderem reencontrar o rali para o dia de descanso. É o caso do finlandês Ari Vatanen, quatro vezes vencedor do maior rali do mundo, e do ex-campeão mundial de rali de velocidade, o escocês Colin MacRae. Eles tiveram problemas mecânicos nos carros Nissan na etapa Tidjikja-Nema, na Mauritânia, sexta-feira, e desde então tentavam alcançar a caravana da competição. Os dois chegaram a Bobo na tarde de ontem.
Dos 411 veículos que saíram dia 1.º de janeiro, em Clermont Ferrand, apenas 191 devem largar na etapa de hoje: 78 motos, 71 carros e 42 caminhões.
André Azevedo e os checos Tomas Tomecek e Mira Martinec têm motivos para comemorar. Eles são vice-líderes na classificação geral dos caminhões, 58 minutos atrás do russo Vladimir Tchaguine, de Kamaz, muito mais potente que o Tatra da equipe brasileira.
Para Jean Azevedo, na categoria motos, as folgas forçadas do rali caíram do céu, já que ele está tendo tempo para se recuperar das dores no ombro. Ele ocupa a 15.ª posição entre todas as motos.