Desde o começo do ano, a Academia Gustavo Borges Natação e Fitness, em parceria com o Instituto Paranaense de Cegos, está desenvolvendo o Projeto Pequim 2008. São 30 crianças e adolescentes de 7 a 18 anos, portadores de deficiências visuais que estão aprendendo a nadar com o método desenvolvido pelo medalhista olímpico. A academia oferece a estrutura e as pessoas envolvidas no projeto fazem trabalho voluntário.

Dos 30 deficientes visuais que participam do projeto, dez moram no Instituto Paranaense de Cegos. Os outros 20 estudam na escola do instituto, mas também são de famílias carentes de Curitiba. As aulas de natação, na Academia Gustavo Borges, acontecem duas vezes por semana. Depois das atividades escolares, as crianças e adolescentes são levados até a academia por uma Kombi do instituto.

De acordo com o presidente do Instituto Paranaense de Cegos, Mário Sérgio Fontes, o projeto é de fundamental importância para as crianças e adolescentes. Além de melhorar a capacidade física e motora, também ajuda na percepção corporal do deficiente. Outro ponto importante, segundo Fontes, é o resgate da auto-estima e da dignidade deles.

Metas

Segundo o professor da Academia Gustavo Borges, Gustavo Bayer, o principal objetivo do grupo é participar das Paraolimpíadas de Pequim, em 2008. Daí o nome do projeto. Gustavo, que também é o coordenador dos treinamentos, diz que a meta é audaciosa, mas possível de ser atingida. “São poucos os nadadores para-olímpicos que temos na categoria. Se treinarmos com vontade chegaremos aos índices necessários”, observa.

Na busca desse objetivo, as crianças e adolescentes já começaram a participar de disputas. A primeira delas foi o 6.º Troféu Gustavo Borges, onde competiram com outros nadadores da mesma idade, mas que não são portadores de deficiência visual. “Todos competiram com vontade e mostraram que estão evoluindo muito”, garante o coordenador.

Exemplo

A equipe Gustavo Borges Natação e Fitness já conta com um nadador profissional que é cego. Maurício José Rodrigues, de 33 anos, é deficiente visual desde o nascimento. O atleta foi campeão sul-brasileiro e brasileiro na categoria cegos B1. Embora não integre o Projeto Pequim 2008, Maurício serve de exemplo para as crianças e adolescentes portadores de deficiências visuais que estão começando a nadar agora.

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