Se você acha que a situação do Corinthians já é ruim, aguarde por 2007… Pela primeira vez desde que o acordo de parceria com a MSI foi celebrado, em janeiro de 2005, o clube e seus dirigentes correm risco real de enfrentar problemas na Justiça brasileira.
Em abril de 2005, dois promotores do Grupo de Apoio e Combate a parceria. Apontaram que o chefe por trás do grupo de Kia Joorabchian era o russo Boris Berezovski, acusado de crimes que incluem assassinatos, lavagem de dinheiro e financiamento de grupos guerrilheiros, além de estar condenado e procurado em seu país e nos Estados Unidos. Ele vive exilado em Londres, onde tem a proteção do governo local.
Apesar de o relatório sobre a MSI apontar fortes indícios de lavagem de dinheiro no Parque São Jorge, o texto era inofensivo para o Timão. Pelas leis brasileiras, o suposto crime de lavagem teria de ser investigado apenas por autoridades federais (Ministério Público Federal e Polícia Federal).
Após o término da Copa do Mundo, a Fifa resolveu entrar de sola. Viu que o Brasil era ponto importante na rota de investidores suspeitos e resolveu agir.
Depois de criar um grupo de combate à lavagem de dinheiro, a Fifa convidou a Polícia Federal brasileira para discutir o assunto.
A PF destacou Protógenes Queiroz, o mesmo delegado que havia trabalhado em parceria com o Gaeco para prender e denunciar o árbitro Edílson Pereira de Carvalho pela manipulação de resultados no Brasileiro do ano passado. Como não havia nenhuma investigação em curso na PF, Queiroz ?abraçou? o relatório do Ministério Público de São Paulo (aquele que era ?inofensivo?) e o transformou em inquérito. As mesmas acusações contra a MSI, da qual seus dirigentes caçoavam, de repente viraram uma enorme sarna para o Corinthians coçar.
O empenho da Fifa se explica porque a entidade morre de medo de investidores como Kia. Gente que hoje está acima dos clubes, que é dona de jogadores e pode colocá-los, do dia para a noite, no uniforme que bem entender. Para a Fifa, é bem mais fácil manter um clube sob sua tutela.
Delegado é competente e adora um barulho
O delegado Protógenes Queiroz, que já fez duas viagens à Suíça, é o delegado mais ?midiático? da PF. Foi ele quem prendeu, além de Edílson Pereira de Carvalho, o contrabandista Law Kin Chong e o ex-prefeito Paulo Maluf. Além de competente, Queiroz adora um barulho, e isso é o que não falta numa investigação sobre o Corinthians.
