Parceria estremecida. A pífia campanha do Paraná Clube reflete diretamente no relacionamento entre dirigentes do tricolor e os empresários do Iraty. Dizem que para o bom entendedor, meia palavra basta. A dispensa de mais quatro jogadores fala por si só. Lanterna do Brasileirão, o tricolor anunciou ontem o desligamento de Chokito, Gilmar, Marcelo e Cláudio. Todos foram contratados através da parceria, que trouxe nada mais nada menos que 17 atletas. Destes, dez já “rodaram” e, entre os remanescentes, somente três continuam no time titular: o lateral-esquerdo Edinho e os meias Fernando e Canindé.
O vice de futebol José Domingos não confirma o “rompimento”, mas deixa transparecer que neste momento de dificuldade, o clube caminha praticamente sozinho na busca por reforços. “Temos conversado bastante com o Sérgio (Malucelli), mas temos pressa. Não podemos ficar esperando”, comentou. O presidente do Iraty – que está na Série C e lidera seu grupo – não foi encontrado para comentar o assunto. Recentemente, o Paraná acertou a volta do lateral-direito Eto e ontem anunciou a contratação do centroavante Didi. As transações foram realizadas sem interferência da parceria. Esta, estaria tentando acertar um atacante de velocidade, mas sem sucesso até o momento.
Entre as dispensas, algumas surpresas. Cláudio, por exemplo, foi titular no domingo e ontem simplesmente foi comunicado da rescisão contratual. Até mesmo Gilmar e Marcelo foram utilizados seguidamente pelo técnico Gilson Kleina na reta final do primeiro turno. Somente Chokito já tinha sido anteriormente colocado em disponibilidade e, agora, a diretoria decidiu não mais esperar pelo interesse de outras equipes. O quarteto segue a mesma trilha de Adriano, Russo, Wesley, Nilson, Nélio e Alexandre. Só que desta vez a diretoria paranista não teve a paciência para recolocá-los em outros clubes, como ocorrera com os outros dispensados.
Com a possibilidade de novas contratações ocorrerem nos próximos dias, o vice de futebol deixa claro que cortes serão inevitáveis. “Chega de ficar enchendo prateleiras. Precisamos de soluções, não de novos problemas”, comentou José Domingos. O Paraná ainda busca dois laterais e um atacante de velocidade para seguir em sua luta contra o descenso.
Eto já quer jogar. E hoje deve chegar Didi
Prometendo muita luta para ajudar o Paraná a sair da zona de rebaixamento, o lateral-direito Eto se apresentou ontem à tarde. A diretoria também confirmou acerto com o centroavante Didi, uma nova aposta para melhorar a artilharia do Tricolor no Brasileirão. O atacante, de 28 anos, voltou recentemente do México e esteve perto de acerto com o Bahia, seu ex-clube. Mas o prazo de inscrições para a segunda divisão já estava encerrado. Sem clube, Didi aceitou a proposta do Tricolor e deve ser oficialmente apresentado hoje à tarde.
Eto chegou a Curitiba no final da tarde. Veio de Criciúma e no caminho já passou na Federação Catarinense (em Florianópolis), trazendo toda a documentação em mãos. Isso facilitará seu registro e o jogador garante estar pronto caso Kleina precise escalá-lo amanhã, frente ao Vitória. “Vim para jogar e espero que isso aconteça o quanto antes”, disse. No início do ano, Eto viveu uma situação parecida. “Cheguei na quinta-feira e no domingo já estava em campo”, lembrou. Eto veio para o Paraná visando a disputa do Campeonato Paranaense, mas pouco atuou devido à uma lesão de púbis.
“Não operei. Havia uma inflamação no local e fiz o tratamento. Agora, estou recuperado e em ritmo de jogo”, afirmou. “Não estava disputando o Brasileiro pelo Criciúma, mas lá, fazíamos um ou dois amistosos por semana e por isso estou em plena forma.” Eto reencontrou alguns amigos e deu a receita para tirar o Paraná da lama: “É preciso muita vibração, de todos. É preciso que o time fale bastante em campo e jogue com gana”.