Momentos diferentes, realidades distintas e um só objetivo: a vitória no primeiro clássico Paratiba de 2016. É assim que Coritiba e Paraná Clube vão entrar em campo neste domingo, às 18h30, no Couto Pereira, pelo Campeonato Paranaense. Enquanto o time coxa-branca, agora com seus problemas de salários atrasados resolvidos, vai buscar a recuperação no Estadual depois de dois jogos sem vitória, o Tricolor, líder isolado, vai tentar manter a boa fase e ampliar a vantagem na ponta.
Na semana em que conseguiu colocar a casa em ordem, o Coxa quer retomar o caminho das vitórias. A grande oportunidade de ganhar moral é este duelo contra o líder do Paranaense. A realidade dos dois clubes é bem diferente, principalmente financeiramente. Porém, segundo o diretor de futebol Valdir Barbosa, esse detalhe não entra em campo e vai vencer o duelo o time que se aplicar mais em campo. “Essa comparação é feita sempre quando jogam duas equipes com diferença salarial, mas acho que nunca prevaleceu quem ganha mais e podemos pegar exemplo disso no mundo todo. O que prevalece é quando você ajusta melhor a sua equipe, quando sua equipe te dá rendimento”, apontou ele.
Estreia
Para enfrentar o Tricolor, o Coritiba não terá mais uma vez o atacante Kléber, machucado. A tendência é de que o atacante paraguaio Jorge Ortega, agora com sua situação regularizada, possa estrear pelo Verdão e dar mais referência ao setor ofensivo. O lateral-esquerdo César Benítez, também teve seu nome publicado no BID e está à disposição do técnico Gilson Kleina.
O treinador alviverde, aliás, entrará mais pressionado neste clássico. Um revés, apesar da diretoria negar, pode deixar o treinador ameaçado no cargo. “Não se fala nada a respeito disso aqui. Não se falou definitivamente sobre isso. É um tiro no pé fazer qualquer tipo de comentário. É uma especulação que surge em qualquer clube que está em uma posição delicada, apesar de que nós não estamos, pois temos condições até de brigar pela liderança”, emendou Barbosa.
Bom momento
Do lado paranista, que venceu seis dos sete jogos disputados no Paranaense, o clima é mais leve. A tranquilidade transparece no rosto dos jogadores e da comissão técnica. Mas se de um lado o time coxa-branca não poderá contar com seu artilheiro, o técnico Claudinei Oliveira dificilmente poderá contar com o atacante Lúcio Flávio, que já fez seis gols no Estadual, ainda não treinou nesta semana e deve ser desfalque por conta de uma lesão muscular na coxa.
“A gente acaba buscando um pouco mais de informações sobre isso. Sabemos da importância que o Lúcio Flávio tem em campo para a gente, é uma referência muito grande, mas o departamento médico, junto com a comissão técnica, vai avaliar melhor o caso dele. Se ele for a campo, para a gente vai ser muito bom, mas também sabemos que temos jogadores de qualidade para entrar e suprir sua ausência”, pontuou o lateral-esquerdo Fernandes.
O camisa 6 ainda não sabe qual será a postura do Tricolor diante do Coritiba. Aproveitar o desespero e a crise do adversário pode ser uma boa arma a ser usada. “É difícil você falar se vai manter a postura ou ir para cima tentar a vitória. Se trata de um clássico. Não tem favoritismo. Eles vêm de derrota, é um jogo diferente na emoção, o psicológico é diferente. É um jogo difícil, tem que ter cuidado e vamos tentar surpreender o Coritiba”, arrematou Fernandes.
Robson vem se destacando. Foto: Marcelo Andrade. |
Sem olhos pro rival
A pressão q,ue o Coritiba vive dentro e fora de campo será o adversário mais difícil para o time paranista no clássico. Pelo menos é o que pensa o atacante Robson, destaque do Paraná até aqui. O camisa 11 do Tricolor, porém, garantiu que o a equipe, apesar da folga na liderança, está totalmente focada para fazer um grande jogo e ampliar a boa vantagem.
“Quando um time está nessa fase todo mundo fica mais atento, fica mais ligado. Tem as cobranças. Será um jogo muito difícil para a gente, mas nosso time está focado para fazer de tudo para sair com a vitória de lá”, apontou ele, autor do gol da vitória sobre o Atlético, em entrevista à Rádio Transamérica.
Muito mais do que tentar explorar o momento que vive o rival, Robson prefere focar apenas nas boas apresentações que o Tricolor está fazendo até agora. O camisa 11, porém, descartou que o Paraná entre nesse clássico diante do Coxa como favorito.
“Clássico é sempre difícil. A gente está focado e trabalhando forte para fazer de novo um belo jogo. Sabemos do momento do Coritiba, mas temos que enaltecer nossa equipe, que vem fazendo bons jogos. A gente precisa fazer de tudo para sairmos vitoriosos de lá. Não tem nada de favorito. Clássico é sempre clássico e é difícil de falar”, concluiu o centroavante do Tricolor.
Clássico será o fiel da balança
O clássico contra o Paraná está sendo encarado como um divisor de águas pela diretoria do Coritiba. Uma vitória sobre o rival, aliado ao pagamento dos salários atrasados durante essa semana, podem dar um novo rumo para o Verdão na disputa do Paranaense. O diretor de futebol coxa-branca, Valdir Barbosa, pontuou a importância de um resultado positivo contra o Tricolor para a retomada do bom momento.
“O jogo desse domingo contra o Paraná é muito importante. Se o Coritiba ganha do Paraná, mesmo sabendo que no clássico há uma imprevisibilidade muito grande, ele arranca tranquilamente no campeonato. Se não ganha, fica em uma situação mais complicada em termos de classificação, onde teremos que nos desdobrar de outra forma. Essa oscilação da equipe não nos assusta, mas nos deixa um pouco preocupados. Esperamos que domingo haja uma reação e possamos seguir bem nesse primeiro semestre”, apontou o dirigente.
Mesmo garantindo o técnico Gilson Kleina no cargo independentemente de um resultado negativo no clássico, Barbosa avaliou como normal o trabalho feito até agora, principalmente pela transição ao estilo do novo comandante alviverde. Porém, o dirigente não esperava por essa sequência de resultados ruins recentes.
“É um trabalho normal dentro daquilo que a gente esperava. Lógico que não esperávamos que os resultados fossem esses. Mas faz parte, pois a equipe está em total fase de transição. Tivemos um momento de arrancada muito bom, depois teve uma queda técnica. O Gilson ainda tem três jogadores para estrear e mais um que pode estar chegando (o meia Cesar Gonzalez). A partir disso podemos fazer uma pequena avaliação do que está acontecendo hoje”, concluiu Valdir Barbosa.