Paranistas lamentam os vacilos

Mais uma vez o Paraná Clube deixou o gramado lamentando um empate. Frente ao Atlético-PR (2 a 2), no último sábado, o time do técnico Pintado esteve com a vitória nas mãos, mas deixou 2 pontos escaparem por entre os dedos nos minutos finais da partida. Uma situação similar àquela vivida em Recife, frente ao Náutico (4 a 4). Na somatória, já são 4 pontos desperdiçados, o que determina o distanciamento da liderança do Brasileirão.

Por puro descuido, o Tricolor não está hoje em uma posição mais confortável na tabela de classificação. Ocupa um 3.º lugar, com bom aproveitamento de 62,5%. Mas poderia ser melhor. Se tivesse transformado a superioridade nesses dois jogos em mais gols, o Paraná estaria hoje a apenas 1 ponto do Botafogo. ?Em campeonato por pontos corridos, não dá para vacilar. Bobeamos e perdemos dois pontos?, lamentou o zagueiro Daniel Marques. ?Em jogos assim, apareceu a oportunidade, tem que matar?, emendou.

Friamente, o deslize frente ao Atlético teve impacto ainda maior do que aquele ocorrido há 22 dias, nos Aflitos. Afinal, o Paraná jogava em casa, tinha um jogador a mais e o adversário não levava perigo algum à meta de Flávio. Até aquele chute certeiro de Alan Bahia, aos 36 minutos do 2.º tempo, o Tricolor dava a sensação de que poderia ampliar a qualquer momento. Aliás, nos 20 primeiros minutos da fase final, exerceu forte pressão e bombardeou o goleiro Guilherme de todas as formas.

Luta

O técnico Pintado enalteceu a luta de seu time, mas reconheceu – outra vez – que faltou ?malandragem? ao Tricolor. O meia-atacante Vandinho concorda. ?Deveríamos ter catimbado mais o jogo. Tentamos fazer o terceiro e levamos o castigo no final?, disse. Para Vandinho, a postura agressiva (e às vezes irresponsável) do time se deve ao estilo dos atacantes paranistas. ?Gostamos de jogar em velocidade. Com isso, tentamos sempre os dribles e as tabelas, na direção do gol adversário. Às vezes, deveríamos cadenciar mais o jogo?, comentou.

Depois de somar quatro pontos em dois jogos em casa, agora o Paraná vai a Volta Redonda encarar o Fluminense. O volante Beto e o meia Éverton podem voltar, na luta do time para se manter invicto fora de casa. A rodada pode ser interessante para o Tricolor, desde que obtenha sucesso no Rio de Janeiro. Também amanhã, o Goiás (2.º colocado) recebe o líder Botafogo. Na seqüência, o representante paranaense faz mais dois jogos em casa, ante América-RN e Figueirense, com boas chances para se manter nas primeiras posições do Brasileirão.

Situação de Pintado segue indefinida

Sim ou não? O futuro do técnico Pintado continua indefinido. Uma proposta ?tentadora? para trabalhar nos Emirados Árabes continua ameaçando a sua permanência no Paraná. Independentemente deste quadro, o treinador segue trabalhando normalmente e comandará o Tricolor no jogo de amanhã, em Volta Redonda, frente ao Fluminense. ?Na minha cabeça, estou dentro. Sou o técnico do Paraná?, disse Pintado, ontem pela manhã, na Vila Capanema.

Ele comandou o treino para os jogadores que não atuaram no clássico frente ao Atlético. ?Já tive uma conversa com o Vavá. Ele ficou de discutir o assunto com o presidente?, afirmou Pintado. O técnico admitiu que a questão financeira não será o mais importante para a definição desta situação. O salário oferecido pelos árabes seria dez vezes superior aos seus vencimentos no Paraná.

Contrato longo

Pintado deixa claro o desejo de continuar no Brasil e até de assinar um contrato mais longo com o Tricolor, até dezembro de 2008.

?Isso pesaria. Acredito nesse grupo e vejo a possibilidade de desenvolvermos um grande trabalho a longo prazo?, disse Pintado. Na mesa de negociações deve surgir também um possível reajuste salarial. O presidente mantém sua política ?pés no chão?, não admitindo inflacionar a sua folha de pagamentos. Porém, o clube poderia rever o salário atual do treinador, que receberia um aumento aproximado de 40%.

?Não posso nem comentar sobre o assunto, pois o Pintado não me procurou. Estava no vestiário, sábado, e só falamos sobre o jogo?, disse José Carlos de Miranda. ?E todos sabem: treinador, no Paraná, é assunto para o presidente.? É bem provável que a definição desse imbróglio ocorra na viagem ao Rio. O diretor de futebol Durval Lara Ribeiro admitiu ter conversado com Pintado, mas acredita na permanência do profissional à frente do Tricolor.

?Carta branca?

Na proposta dos Emirados Árabes, por um contrato de dez meses, Pintado teria ?carta branca? para formar toda a comissão técnica, com um auxiliar, um preparador físico e um treinador de goleiros. Neste caso, os profissionais indicados seriam aqueles que já trabalham com o treinador no Paraná, Marcelo Martelotte, Marcos Walczak e Renato Secco, respectivamente. ?Ou vai todo mundo ou não vai ninguém?, disse Pintado.

?Mas acredito que vamos continuar por aqui, acreditando numa grande campanha do Paraná neste Brasileiro?, finalizou.

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