Os bruxos foram ?queimados?, mas deixaram ?feitiços? no ar.
É nesse clima que começa nesta quarta-feira mais uma edição do Campeonato Paranaense. Serão 16 clubes correndo atrás do título, em um torneio que vem primando pela quantidade e não pela qualidade.
A competição vem sob a sombra dos escândalos da arbitragem, que mancharam a imagem do futebol do Estado no ano passado. Resgatar a credibilidade talvez seja o maior desafio da Federação Paranaense de Futebol.
Difícil é crer no sucesso diante do quadro deficitário que cerca o campeonato. Dentre as principais federações do País, só o nosso estadual não atraiu ainda o interesse das principais redes de tevê. Reflexo da fragilidade dos times do interior? Ou de uma fórmula pouco atrativa? Ou da eterna falta de credibilidade da entidade? São tantos os problemas que qualquer um deles pode servir de justificativa. Se os clubes perdem as cotas de televisão – maior fonte de renda ao longo do Brasileiro -, fica a expectativa de um aumento na média de público.
Quem quiser ver seu time em ação, terá que ir aos estádios.
No pay-per-view (sistema pague-para-ver), as únicas atrações serão os campeonatos Paulista, Carioca, Mineiro e Gaúcho. A Rede Independência de Comunicação (RIC), da Rede Record, começou a negociar com os clubes. Mas os valores são irrisórios e os clubes ainda teriam que se submeter a horários atípicos no encaixe à grade de programação. Mas, o Paranaense não deve ser visto apenas com olhares pessimistas. Há a expectativa em torno de pelo menos três atrações, todas elas fora das quatro linhas.
O Atlético pode ter à beira do gramado o ídolo alemão Lothar Matthäus. Outros dois jogadores renomados estréiam em nova função neste estadual. O Paranavaí vem com o
ex-xerifão Célio Silva no comando, enquanto o Iraty aposta no colombiano Freddy Rincón – candidato a ?cria? de Vanderlei Luxemburgo. Isso sem contar com os veteranos que vão tomando conta do interior do Estado.
O ala Vítor (que conquistou quatro vezes a Libertadores) é a atração do Paranavaí, Carlos Alberto Dias reforça o Nacional de Rolândia e o artilheiro da paz, Sinval, defende o Cianorte.
Difícil é imaginar que todos consigam manter o pique com uma tabela formulada apenas para acomodar uma fórmula esdrúxula, onde os clubes disputam 14 jogos para eliminar apenas a metade dos participantes.
O resultado são dez jogos em apenas um mês, justamente num período onde os atletas estão num período de readaptação aos treinos. O jeito é esperar. Quem sabe um dia o Paranaense entre ?na onda? do Brasileiro, sendo disputado por pontos corridos e com um número razoável de participantes diante da realidade do futebol paranaense.