O Paraná Clube deixou Cornélio Procópio com a liderança do Campeonato e mais uma vitória na conta, mas com um prejuízo difícil de medir e com uma tristeza que tomou conta da delegação que deixou a cidade no domingo (19) rumo a Londrina, onde enfrenta o Tubarão nesta terça-feira (21), pela Primeira Liga. Vítor Feijão, 19 anos, uma das revelações do clube, sofreu uma lesão grave e fica fora do futebol nos próximos seis meses.
O lance em que Vítor Feijão se machucou foi aos dez minutos do primeiro tempo. Ele arrancou pela direita. Sozinho, apenas com o acompanhamento de Somália. Seu adversário não era o volante do PSTC. Era o gramado do estádio Ubirajara Medeiros. Alto, irregular, uma espécie de “campo minado”. Não se sabe o que vai acontecer no próximo passo. Foi o que o jovem atacante paranista percebeu.
No meio da arrancada, Vítor Feijão prendeu o pé em um buraco no gramado. Virou o joelho e caiu gritando. Na hora já se percebia que a lesão era séria. Imediatamente ele foi substituído por Felipe Alves (que, por coincidência, acabou sendo o destaque do jogo, marcando o gol da vitória sobre o PSTC). “O meu pé ficou preso no gramado. Quando tentei o drible, o corpo girou sobre o joelho. Senti, ali, que a lesão não era tão simples”, relatou o jogador.
Não havia dúvidas também para o departamento médico do Paraná Clube, que teve que improvisar para levar Vítor Feijão até a ambulância – sem condições normais, o atacante foi no colo mesmo até o carro, e de lá até Londrina, onde passou por exames que confirmaram o rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo.
Vítor Feijão não pode ser operado imediatamente. Ele precisa primeiro passar por tratamento para que o joelho desinche, e apenas depois disso vai poder passar pela intervenção. O tempo médio de recuperação é de seis meses. Portanto, Vítor está fora do restante do Campeonato Paranaense e só retorna no segundo semestre, já no decorrer do Campeonato Brasileiro da Série B.
Revolta
Em meio à crise entre a Federação Paranaense de Futebol e a dupla Atletiba, o Paraná Clube se indignou com a falta de vistoria dos gramados, que trazem risco aos atletas. O que aconteceu com Vítor Feijão ressalta o perigo para os boleiros. “É lamentável que ainda passemos por situações como esta. Um estádio acanhado, com vestiário pequeno e sem nenhum conforto e, para piorar, um gramado como aquele”, atirou o diretor Rodrigo Pastana.
O elenco e a diretoria ficaram bastante abalados com a perda do atacante – não só pela questão técnica, mas pelo bom ambiente do grupo neste início de temporada. “Vencemos (o PSTC), mas alguém pode mensurar o nosso prejuízo no jogo. Perdemos um dos nossos principais jogadores, justamente quando o Vítor Feijão vivia um grande momento, de plena ascensão”, lamentou Pastana.