No pronunciamento de ontem na sede da Kennedy, o presidente Rubens Bohlen não quis falar exatamente o tamanho da dívida do Paraná Clube. “Sabemos sim o tamanho dela. Contratamos uma empresa especializada para saber o tamanho total dessa dívida e posso garantir que ela corresponde a menos de um terço do nosso patrimônio. Temos que considerar como valor do patrimônio, também, o valor da nossa camisa e a marca Paraná Clube”, disse Bohlen, evitando falar em números.

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Mas o valor necessário para o Paraná quitar todas as dívidas e voltar a ter saúde financeira está definido: R$ 51,7 milhões. Segundo estimativas da diretoria, este montante seria suficiente para saldar a totalidade dos débitos tributários, fiscais e judiciais do Tricolor, além de colocar salários de funcionários e atletas em dia. O numerário, porém, não foi explicitado por nenhum mandatário do clube.

Segundo o último balanço patrimonial divulgado pelo clube, o Paraná possui patrimônio atualmente avaliado em R$ 136,6 milhões. Já o valor de marca do Tricolor, segundo a empresa de consultoria BDO, é de R$ 16,6 milhões. O valor da camisa, por fim, está avaliado em R$ 2 milhões anuais (esta foi a verba que a Caixa Econômica Federal pagou para estampar a marca na camisa do time em 2014). Somando tudo, o valor final é de R$ 155,2 milhões. Um terço corresponde a R$ 51,7 mi.

Deste montante, cerca de R$ 30 milhões são cobrados pelo empresário Leo Rabello, que pleiteia na Justiça valor referente à transação de Thiago Neves, em 2007. A empresa de Rabello, a Systema, afirma que o clube não repassou a porcentagem que devia ao empresário, após transação do meia para o Fluminense. Sem dinheiro para pagar Rabello, o clube ofereceu como garantia de pagamento o CT Ninho da Gralha, localizado em Quatro Barras.

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Além do Ninho, todos os outros imóveis do clube estão atualmente assinalados por algum tipo de penhora judicial. Em 2013, propriedade localizada no Tarumã foi leiloada para quitar dívidas e obter a Certidão Negativa de Débito (CND), documento exigido pela Caixa Econômica Federal. O banco estampou marca na camisa tricolor em 2014. Neste ano, porém, o Paraná perdeu a CND e não teve o acordo renovado. Tais temas, contudo, não foram aprofundados por Bohlen.

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