Foi um daqueles momentos em que parecia que o mundo tinha parado. A bola que cruzara a área passou pela cabeça de Lúcio Flávio e foi chegando em Robert. Aquela que dizem estar pedindo “me chuta, me chuta”. Aí para o tempo, a imagem trava e o grito de gol está na ponta da língua. Mas naquele instante que pareceu uma eternidade, Robert errou a bola. Furou. Furada como as que nós, reles mortais, damos em nossas peladas de final de semana. Furada que encerrou um sofrido 0x0 do Paraná Clube com o Paysandu, nesta terça-feira (12), na Vila Capanema.
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O resultado manteve o Tricolor na quintaposição da Série B do Campeonato Brasileiro, mas foi mais uma oportunidade perdida de encostar de vez nos primeiros colocados. A sequência da rodada ainda pode tirar mais duas posições da equipe, que agora vê também o Londrina em seus calcanhares. E se o lance de Robert resume a agonia do jogo, o personagem da partida foi outro, foi o goleiro Emerson.
Acreditem: o Paysandu chegou à Vila Capanema sem sofrer gols nas oito partidas anteriores da competição e com quatro jogos seguidos terminados em 0x0. Talvez se a gente olhasse antes esse retrospecto nem iríamos estranhar tanto o empate. Mas o Paraná fez de tudo – começou com um volante apenas, partiu com Murilo, Nadson, Lúcio Flávio, Válber e Robson, rondou a área dos paraenses, jogou bolas na área, pressionou quando ficou com um jogador a mais (Augusto Recife foi expulso), empilhou atacantes e teve a tal chance de Robert.
Faltou novamente mais qualidade na finalização. E quando teve, o Tricolor parou em Emerson. Foram três oportunidades. No primeiro tempo, um chute colocado de Murilo e uma defesa no canto. Na etapa final, Válber cabeceou e no reflexo o goleiro do Papão defendeu. E nos instantes finais, Henrique arriscou de longe e Emerson pegou de mão trocada. Fechando o gol, ele chegou a 920 minutos de invencibilidade (somando um jogo da Copa do Brasil à sequência na Série B).
Mas uma jogada do Paraná superou Emerson. Eram 47 minutos do segundo tempo. Robert errou. Errou feio. E a torcida, que empurrou o time o tempo inteiro, e que compareceu em número razoável para um dia com chuva até de granizo em Curitiba, não aguentou e vaiou. Uma vaia sentida, porque era na verdade um grito de gol que não pôde ser solto.
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