Antes da partida entre Paraná Clube e FC Cascavel no último sábado (9), na Vila Capanema, a principal torcida organizada paranista, a Fúria Independente, protestou contra a filosofia do clube e pediu o fim das atividades sociais. O jogo foi válido pela primeira rodada da Taça Dirceu Krüger, a segunda fase do Campeonato Paranaense.

continua após a publicidade

Na grade da Curva Norte, setor que a Fúria se posiciona nas partidas, uma faixa preta com lestras brancas foi estendida com a frase “Paraná Clube é futebol”. No dia anterior ao confronto, a entidade já tinha feito uma nota oficial exigindo a venda da sede da Kennedy, no Rebouças, e do terreno em Guaratuba, no litoral paranaense. Além disso, a torcida alegou que a complicada situação financeira do Tricolor só será resolvida com o dinheiro desses patrimônios.

+ O jogo: Confira como foi a vitória do Tricolor diante do FC Cascavel

A proposta da organizada, entretanto, não é tão simples. Os salões da Kennedy, por exemplo, têm um contrato de 20 anos para uso do local com o Espaço Torres que terminam apenas em 2033 e existe uma multa, ainda não revelada, para a quebra da assinatura. Há mais espaços, como as piscinas e quadra de futebol society, que são arrendadas.

continua após a publicidade

Em 2015, esse assunto foi pauta no Paraná e, na época, em reunião do Conselho Deliberativo, os conselheiros aprovaram a venda de 70% do terreno de 35 mil metros quadrados para pagamento de dívidas. Somente a parte com o Espaço Torres se salvaria. Entretanto, apesar de sondagens e até propostas, nenhuma negociação avançou.

+ Confira a tabela completa do Campeonato Paranaense!

continua após a publicidade

Para aderir novamente às vendas dos locais, a organizada do Tricolor alega que a dívida do clube é muito grande, principalmente com o Banco Central (Bacen), de aproximadamente R$ 30 milhões, por conta de multas por irregularidades em transferências internacionais de jogadores. A torcida diz que o débito total só será pago, nesse ritmo, em 2026.

O Paraná também tem dívidas cíveis, como com o ex-mecenas Carlos Werner, da mesma quantia do Bacen, entre outros, além de estar no Profut para pagar a parte trabalhista, que prejudica o fluxo de caixa do dia a dia. Vale lembrar que, na semana passada, integrantes da Fúria estiveram reunidos com a diretoria do Paraná para cobrar explicações sobre o mau momento do clube.

Confira a nota oficial da Fúria Independente:

“A VERDADEIRA ALEGRIA DO POVO É O FUTEBOL e esta deve ser a essência do TRICOLOR.
O Clube deve parar de despender receitas com o setor social. O orçamento do futebol já é extremamente limitado.
Não aceitaremos que interesses pessoais continuem penalizando o clube e o seu torcedor. A negociação das propriedades (Kennedy e Guaratuba) tornou-se imprescindível para a continuidade da instituição.
Não somos contra o patrimônio rentável, mas sim, contra tudo o que causa prejuízo à existência paranista.
A diretoria do clube deve ser mais ativa, assim como o conselho deliberativo. Quem não estiver interessado em trabalhar pelo clube, saia fora!
O torcedor precisa entender que sem estas mudanças, o PRC que todos desejam e sonham ter só existirá em nossos sonhos.
A nação paranista merece saber a verdade e nós não podemos vencer esta luta sem o apoio de cada torcedor!
PARANÁ CLUBE É FUTEBOL!
Falando de futebol, às 16h nosso time iniciará a disputa do 2º turno (nota: o jogo citado é o contra o Cascavel). É outro campeonato e temos chances totais de avançar de fase.
Apesar das pífias eliminações, não podemos nos esquecer que só perdemos um jogo em 2019. O papel de cada paranista é NÃO DESISTIR!
Acreditamos que nossa equipe pode brigar pelo título, mas, para isso, necessitamos entrar nessa luta.
Devemos mostrar aos atletas que somos grandes e queremos essa conquista. O apoio à nossa camisa deve ser incondicional.
A Vila precisa ser o nosso diferencial!
Contamos com você!
SOMOS A FÚRIA!”

+ APP da Tribuna: as notícias de Curitiba e região e do Trio de Ferro com muita agilidade e sem pesar na memória do seu celular. Baixe agora e experimente!