O Paraná volta a campo apenas no próximo sábado, quando recebe o Atlético-GO, na Vila Capanema, mas amanhã o futuro do clube estará muito mais em jogo do que quando enfrentrar o Dragão. Na sede da Kennedy, ao longo de todo o dia, acontecerá a eleição que definirá o novo presidente do Tricolor pelos próximos três anos.
Pelo lado da situação, a chapa ‘Reconstrução Tricolor’, encabeçada por Leonardo Oliveira, tem como principal arma para conquistar votos a transparência. Segundo o candidato à presidência, duas situações precisarão ser tratadas logo de cara caso seja eleito: fortalecer o futebol em campo e sanar as dívidas do clube. ‘O futebol nunca poderá ser deixado de lado, é o fator primordial do Paraná. Mas a nossa proposta é também resolver os problemas das dívidas. Já estamos trabalhando isso com os sócios e com os conselheiros. Ambos serão prioridade e temos pessoas capacitadas para resolver estas questões’, explicou Oliveira.
Para resolver estas questões, a possível nova diretoria pretende se espelhar no passado, quando o Paraná, mesmo com um orçamento enxuto, pagava suas contas em dia e conquistou títulos e até chegou à Libertadores. Leonardo Oliveira garantiu que não fará loucuras na montagem de um time competitivo para chegar à Série A a qualquer custo ou conquistar um título. ‘O primeiro processo é que o Paraná precisa trabalhar dentro da sua realidade financeira. Durante boa parte da nossa história fomos melhores que outros times mesmo com uma receita inferior. Temos que fazer isso de novo mas com planejamento e pés no chão. Não podemos sacrificar a renda do Paraná. A Série A é uma meta, é o nosso destino, mas temos que trabalhar para manter a existência do Paraná, sem expor o clube a riscos’, afirmou o candidato, que ainda ressaltou que todos os torcedores saberão a realidade financeira do clube caso assuma a presidência.
“Conhecemos a realidade do clube e queremos que todos os sócios conheçam também, avaliem as condições financeiras atuais do Paraná”, concluiu ele.
“Sócios vão decidir”
Um dos temas mais discutidos no Paraná nas últimas semanas seria uma possível venda da sede social, na Kennedy. De acordo com o candidato Leonardo Oliveira, este não é o foco da chapa da situação. “É uma situação que precisamos esclarecer. Desde as primeiras vezes que conversamos sobre a eleição, nunca tivemos como proposta vender um patrimônio. Não é nossa linha de trabalho”, afirmou.
No entanto, ele admite que esta questão foi levantada e discutida, mesmo não sendo fácil de acontecer. Porém, ressaltou que a ideia surgiu através de um conselho formado por ex-presidentes paranistas. “Nós temos alguns grupos que debatem algumas decisões. São ex-presidentes, que já vivenciaram isso e orientam o conselho deliberativo. Quem orientou para uma possível venda de patrimônio para quitar as dívidas foi o conselho consultivo”, explicou Oliveira, que reforçou que isto só futuramente acontecerá com a aprovação dos sócios.
“Os sócios que vão decidir isso. Nós queremos que todos eles saibam da situação do clube e se acharem que é necessário, pode acontecer. Mas não é fácil assim. Temos que passar para o conselho e depois ainda haverá uma assembléia geral”, destacou o candidato.
Questão financeira
O grande desafio do vencedor é acabar com os problemas financeiros que assolam o Paraná. Para Ricardo Machado Lima, a sede da Kennedy não pode ser vendida e vai contribuir para a evolução do clube. “A questão financeira está alinhada junto com o passaporte tricolor e o projeto da Kennedy. Nossa chapa tem uma visão por completo do clube, onde uniremos o social, o esportivo e o departamento profissional de futebol. A gente visualiza tudo junto, o clube é um só. Ao invés de vender a Kennedy, vamos fazer com que o seu imóvel, seu patrimônio, passe a ser um ganho. Vamos faturar em cima da área da sede. A outra chapa quer vender a sede, pegar o dinheiro que já colocou no clube, pa,gar os credores e, com isso, em seis meses o dinheiro para tocar o futebol vai acabar”, frisou.
Machado Lima espera, apesar de admitir que a chapa da situação tem o colégio eleitoral nas mãos, uma disputa apertada nas urnas. “Espero uma eleição apertada, mesmo com a situação tendo o colégio eleitoral nas mãos e da força dos votos da torcida organizada, onde dois membros da facção fazem parte da atual diretoria. Espero que a torcida paranista confie no nosso trabalho e no que já fizemos por esse clube”, finalizou.
Oposição aposta nos ídolos
A chapa de oposição ‘Paraná, o Clube do Futuro’, que tem como candidato à presidência Erivelto Luiz Silveira e Ricardo Machado Lima, que já foi o homem forte no futebol paranista em outras temporadas, terá ex-ídolos do Tricolor, como Régis, Adoílson e João Antônio como grandes aliados na busca de montar times mais competitivos nas próximas temporadas.
“A ideia é fazer o futebol do Paraná sem encher prateleiras e, com a colaboração dos nossos ídolos, como o Régis, Adoílson, João Antonio, Balu, Saulo, usar o nosso bom relacionamento e o deles com outros clubes a favor. Aliado também ao conhecimento que eles têm no futebol para que a gente consiga montar, desde o início do ano, para a disputa do Campeonato Paranaense, uma equipe competitiva e, depois tirar o Paraná da Série B e devolver para o lugar que merece, que é na Primeira Divisão”, frisou Ricardo Machado Lima, que será o responsável pelo departamento de futebol paranista caso a oposição vença as eleições.
Lima garantiu ainda que as categorias de base do Tricolor terão uma atenção especial. A intenção, segundo ele, é reformular o celeiro de craques do clube, que já foi um dos maiores do Brasil e, principalmente, fazer com que o Paraná, ao invés dos empresários, possa lucrar com as negociações de jogadores revelados.
“Vamos fazer uma reformulação total da nossa base, onde o clube vai parar de dar lucro aos empresários e passará a ter lucro. O Paraná sempre revelou grandes jogadores e nos últimos anos isso não aconteceu. O trabalho tem que ser realizado como era antigamente e dava certo. A categoria de base e o futebol profissional precisam trabalhar em conjunto e teremos uma pessoa remunerada e de alta qualidade para assumir esse papel de integração”, explicou Lima.