Na temporada em que vai disputar a décima edição seguida da Série B do Campeonato Brasileiro, o Paraná Clube perdeu seu principal investidor. O empresário Carlos Werner, um dos líderes do movimento “Paranistas do Bem” que, em março de 2015 assumiu a gestão do clube depois da renúncia do então presidente Rubens Bohlen, deixará de investir no futebol profissional paranista e, assim, manterá apenas suas atividades nas categorias de base e na gerência do CT Ninho da Gralha.
A confirmação da saída de Werner do dia a dia do Tricolor foi feita pelo presidente paranista, Leonardo Oliveira, que aproveitou ainda para agradecer o empresário pelo suporte financeiro dado ao clube nos últimos dois anos.
“O Carlos (Werner) tem a empresa dele para fazer a gestão e a situação de saúde dele também precisa de cuidados. O Paraná é muito grato pelo que ele fez até então e desde novembro no ano passado ele continua nos ajudando nas categorias de base. Essa é a única relação que ele mantém com o clube”, afirmou em entrevista à Rádio Banda B.
Apesar de ter reformulado o departamento de futebol com a contratação do executivo Rodrigo Pastana, o Paraná Clube ainda se ressente de uma preocupação financeira para este futuro próximo. Isto porque não conta mais com os patrocínios das empresas Racco e Rodas Scorro, que, no ano passado, foram as principais apoiadoras do time.
Peça fundamental na gestão, Werner ajudou o quanto pôde e, nas entrevistas concedidas, sempre salientou a necessidade de o clube conseguir caminhar com as próprias pernas. Apesar de ainda não contar com grandes patrocinadores, Oliveira acredita que o clube possa seguir este caminho.
“Este trabalho que foi feito nos últimos dois anos deram essa sustentação para o clube. Ainda não vivemos a situação ideal, mas buscamos uma condição que dá para sobreviver com as próprias forças. É para isso que estamos trabalhando. O Paraná precisa estar aberto para novos investidores e pessoas que querem ajudar”, disse.
Apesar de Werner ter dado um aporte financeiro fundamental para o clube manter a folha de pagamento dos jogadores em dia nos dois últimos anos, no ano passado ele acionou o clube para reaver os recursos passados por empréstimo ao Tricolor. O valor cobrado é de cerca de R$ 10 milhões. O CT Ninho da Gralha foi dado como garantia e dívida teria que ser paga em 20 prestações, mas o descumprimento do acordo fez Werner recorrer à Justiça.
Mesmo diante de todas dificuldades, o presidente do Tricolor espera que, com a reestruturação no departamento de futebol – a terceira na sua gestão em apenas um ano -, o clube possa ter um ano de sucesso, principalmente na disputa da Série B do Brasileiro.
“Começamos o ano com algumas diferenças com a profissionalização do departamento de futebol e existe agora um executivo especialista na área que é o Rodrigo Pastana. Isso vai trazer um grande benefício para essa temporada. Temos muito trabalho fora das quatro linhas e todos conhecem a situação do Paraná”, concluiu Oliveira.
A Tribuna tentou conversar com o empresário Carlos Werner, mas não obteve sucesso.