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Questionado, Rogério Micale sabe que apoio da diretoria pode não durar no Paraná Clube

Treinador elogiou a postura de Leonardo Oliveira, que foi além da classificação no campeonato, mas admitiu que pressão interna é grande. Foto: André Rodrigues

A sequência ruim do Paraná Clube no Campeonato Brasileiro abriu uma série de questionamentos e cobranças da torcida quanto à continuidade do técnico Rogério Micale no comando da equipe. O presidente Leonardo Oliveira, que na sua gestão, desde o início de 2016, ficou marcado por constantes trocas de treinadores, bancou a permanência do comandante, mesmo sabendo que isso pode influenciar diretamente nas eleições do clube. O pleito acontece no final do mês que vem e o atual mandatário paranista vai concorrer à reeleição.

Micale, ainda mais pressionado depois da derrota sofrida em casa para o Ceará, no último domingo (5), viu com surpresa a declaração do dirigente. O técnico sabe, no entanto, que essa confiança tem prazo de validade e que o time terá que dar a resposta em campo para evitar uma possível troca no comando da equipe.

“Foi uma grata surpresa o presidente ter avaliado o trabalho e não apenas os resultados. Mas isso tem prazo de validade. Não tem jeito. Há a pressão, é ano de eleição e eles estão reestruturando o time. Eu sabia o que o Paraná estava passando e hoje está muito melhor do que ano passado. O clube optou por investir e fortalecer o clube”, comentou o treinador.

O atual comandante paranista descartou qualquer pedido de saída mesmo diante de um possível revés para o Botafogo, neste domingo (12), às 11h, novamente na Vila Capanema. Micale lembrou da pressão que sofreu nas Olimpíadas de 2016, quando levou a seleção brasileira à conquista do título olímpico inédito.

“Já enfrentei uma pressão de 200 milhões e de outros países. Estou no lugar certo. Sei sofrer pressão, sei ganhar. Ano passado falaram que não fui bem no Atlético-MG, mas fui finalista da Primeira Liga. Pelo Brasil (seleções de base), fui finalista em cinco, ganhei alguns títulos. Estou vivendo hoje ao contrário. É saber lidar com isso, com esse tipo de pressão”, lembrou.

A permanência do treinador depois da derrota sofrida para o Ceará foi também um pedido dos jogadores. Assim, a diretoria do Tricolor, ao decidir pela sua manutenção, apesar da sequência de resultados negativos, foi na contramão da cultura do futebol brasileiro, que prioriza sempre os resultados antes do trabalho que está sendo realizado.

“É gratificante. No futebol brasileiro somos avaliados pelos resultados e não pela performance. A diretoria e o (Rodrigo) Pastana estão no dia a dia e acompanham todo o trabalho. Pautamos tudo para dar estrutura ao time, para contrapor o adversário. Eles estão vendo isso. Quando tem uma posição como essa, vai na contramão de tudo o que a gente vê. O torcedor quer que o time dele ganhe e nós também queremos”, pontuou Micale, que defendeu seu trabalho baseado em alguns números.

Confira a classificação completa do Brasileirão

“Temos finalizado, construído e às vezes mais chances que a maioria dos adversários, mas não temos conseguido fazer os gols. Isso é performance, mas não estamos conseguindo o resultado, que é o que manda no futebol brasileiro. Perdemos para o Ceará, em casa, era o último colocado, foi horrível. Seria natural se mandassem embora. Mas quando abre e vê que o nosso goleiro não fez uma defesa, que tivemos 22 finalizações e o domínio da partida. Isso é avaliar a performance”, emendou Micale.

Diante desse quadro, os jogadores sabem que a responsabilidade vai aumentar a partir de agora. Para o atacante Rafael Grampola, a carga precisa ser dividida entre o time e a comissão técnica para que nenhum dos lados seja sobrecarregado.

“Tem que ser sempre assim. Se fica de um lado só fica pesado demais. Não tem como carregar. A responsabilidade precisa ser dividida por todos. Se isso acontecer, cada um tem que ter sua responsabilidade para dividir suas obrigações”, arrematou o jogador.

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