Guerra de vaidades?

Quem pode responder aos ‘6 mistérios’ que rondam o Paraná?

Em pronunciamento de cerca de cinco minutos nesta terça-feira (10), o presidente Rubens Bohlen garantiu que o clube não vai acabar. No entanto, o mandatário não revelou planos imediatos para sanar o clube do fim cogitado publicamente pelo gerente de futebol, Marcus Vinícius.

“Precisamos de profissionalismo. Ideias não bastam. Precisamos de trabalho e experiência em prol da instituição. Buscamos incessantemente saneamento financeiro. Isso exige sacrifícios, restrições, mudanças de rumo. São caminhos que precisam ser discutidos, sem abdicar de um sonho”, resumiu Bohlen.

Estas foram as soluções apontadas pelo mandatário para o clube deixar a estagnação e sair do buraco financeiro. No entanto, o discurso não aponta nenhuma medida efetiva ou prática para que isso aconteça. O torcedor que buscava respostas, estratégias ou planejamentos imediatos ficou a ver navios. Ao invés disso, Bohlen optou por uma fala mais metafórica. “A tempestade não passou. E ainda prevemos fortes intempéries. Mas estamos de pé, enfrentando cada onda”, filosofou.

Confira as dúvidas que não foram esclarecidas pela diretoria:

1- O tamanho da dívida do clube e o valor dos patrimônios

Bohlen disse: “No que tange nossa dívida, sabemos sim o tamanho dela. Contratamos uma empresa especializada e posso garantir que nossa dívida total corresponde a menos de um terço do nosso patrimônio. Temos de considerar como valor do patrimônio também o valor de nossa camisa e da marca Paraná Clube”, argumentou.

Apesar de garantir conhecer o valor da dívida do Paraná, Bohlen não revelou os valores tão cobrados pelos torcedores, que ficaram mais uma vez no “escuro” após o pronunciamento do presidente. O mandatário disse que a dívida é inferior a um terço do patrimônio, mas nem sequer explicitou o suposto valor dos patrimônios do clube ou a situação de suas penhoras.

2- Salários atrasados

Outro ponto citado durante pronunciamento de Bohlen, porém não esclarecido, foram os salários que o clube atualmente deve a atletas e funcionários. “A questão salarial vem sendo tratada internamente pela diretoria e repassada para funcionários e atletas”, resumiu, repetindo discurso batido na Vila Capanema nos últimos anos e novamente não informando os torcedores da real situação.

O mandatário também não estipulou prazos para quitar os débitos. Durante o desabafo de domingo, o gerente de futebol Marcus Vinícius revelou, chorando, que o clube deve até sete meses de ordenados atrasados para funcionários como porteiros e cozinheiras. O goleiro Marcos e o meia Lúcio Flávio, principais atletas do elenco, são outros que alcançam tal atraso.

3- Penhoras de rendas das partidas na Vila Capanema

Nas duas rodadas iniciais do Estadual, o clube teve parte da renda confiscada por oficiais de justiça logo após o fim dos jogos. Em 2013, na Série B, o mesmo aconteceu. A situação decorre de execuções de ações trabalhistas do passado. O tema nem sequer foi citado pelo presidente.

4- O que significa a “guerra de vaidades” citada pelo gerente de futebol, Marcus Vinícius?

Após dizer que o Paraná ia acabar no fim do ano, Marcus Vinícius afirmou que os paranistas precisam deixar a guerra de vaidades que existe no clube de lado e buscar a união. Novamente, a afirmação passou batida pelo presidente Rubens Bohlen, que preferiu apenas enaltecer a atitude do gerente de futebol ao desabafar sobre a precária situação do Tricolor. “O desabafo do nosso gerente Marcus Vinícius pode ser o nosso recomeço”, elogiou.

5– Concentrações e CT Rac,co

Sem dinheiro para pagar hotel na capital, o Paraná acabou com a concentração nas partidas do Estadual. A situação gerou críticas do técnico Luciano Gusso e do capitão Lúcio Flávio. A alternativa seria utilizar a estrutura do CT Racco para realizar a concentração. O local, porém, ainda carece de infraestrutura: lavanderia, cozinha, departamento médico, sinal de internet e celular precários, tevê à cabo, etc. Aldo Coser, vice-presidente de futebol, confirmou na última semana que falta dinheiro ao clube para investir no CT. O tema nem sequer foi citado por Rubens Bohlen.

6- Patrocinador

Em 2013, o Paraná leiloou a sede do Tarumã. O objetivo era sanar dívidas e obter Certidão Negativa de Débito (CND) para conseguir patrocínio da Caixa Econômica Federal. Como o dinheiro foi insuficiente para quitar todos os débitos, o clube ficou impedido de renovar o patrocínio para 2015. Agora, o clube segue sem patrocinador máster. O presidente não tocou no assunto.

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