Passada toda a questão da renúncia do presidente Rubens Bohlen, é hora de o Paraná Clube pensar no futuro. Em profunda crise, um destino positivo do Tricolor passa obrigatoriamente pelo acesso à Série A do Campeonato Brasileiro este ano. E é justamente nisso que o grupo ‘Paranistas do Bem’ se abraça para levantar o clube. No entanto, a tarefa não será fácil.

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A Série B em 2015 talvez seja a temporada com mais concorrentes a uma das quatro vagas na elite do futebol nacional. Sem um candidato absoluto ao título, a briga promete ser acirrada. América-MG, Bahia, Botafogo, Criciúma, Paysandu e Santa Cruz são só alguns que no momento já largam na frente do Paraná.

O aporte financeiro de R$ 4 milhões que o grupo havia prometido será fundamental para a equipe entrar forte nessa disputa e também manter o planejamento. “O projeto do Paranistas do Bem foca apenas a curto prazo”, apontou Bohlen em seu pronunciamento de renúncia. E de fato esse pode ser o principal problema que o Paraná terá que enfrentar.

Se subir, o clube terá um aumento signficativo nas cotas de televisão, o que poderia manter facilmente a casa em ordem. Porém, se mais uma vez a equipe tiver que amargar a Série B, surge a dúvida: a nova diretoria conseguiria um novo aporte para manter os salários em dia, conforme o prometido?

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Outro ponto a ser resolvido rapidamente é em relação à comissão técnica. Com a saída de Rubens Bohlen e de toda a diretoria de futebol (Marcelo Nardi é o único que oficialmente já foi embora, mas Marcus Vinícius e Fernando Leite também devem sair), a permanência do técnico Luciano Gusso vira uma incógnita. Restando 45 dias para a estreia tricolor na Série B – diante do Ceará, dia 8 de maio, na Vila Capanema – e em meio à fase final do Campeonato Paranaense e o duelo da primeira fase da Copa do Brasil, o tempo para uma reformulação seria curto.

Dia com cara de novela mexicana

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O dia de ontem do Paraná Clube teve ares mais trágico-cômicos que muita novela mexicana. Tudo começou no período da manhã, quando o presidente Rubens Bohlen avisou Oliveiros Machado, vice-presidente do Conselho Deliberativo do Tricolor, que queria entregar a carta de renúncia. Pelo estatuto do clube, Machado era o único que poderia receber esta carta. O combinado pelos dois é que a entrega seria feita após o almoço, na sede da Kennedy.

Porém, a partir daí começou todo o problema de comunicação entre os dois. Inclusive, com direito a os dois estarem na sede social paranista, mas não conseguirem se encontrar. Ao longo do dia, Oliveiros tentou falar com Bohlen, que não atendia os telefonemas.

Mais tarde, soube-se que os dois se encontrariam na Boca Maldita, para onde foi a equipe da Tribuna. No entanto, foi mais um desencontro de informações. Lá, apenas foi encontrado o repórter Júlio Filho, da Gazeta do Povo. Na sequência, veio a informação de que Bohlen faria um pronunciamento no hotel Bourbon no fim do dia, e que Oliveiros Machado estava em uma confeitaria ali perto. Como uma caça ao tesouro, a reportagem foi ao encontro do dirigente, que aguardava naquele local o presidente paranista.

Alertado pela equipe da Tribuna, Machado soube do pronunciamento de Bohlen e, acompanhado pela reportagem e por Júlio Filho, seguiu para o Bourbon. Aos poucos, a ida ao hotel se transformou em um comboio pelo centro, com outros repórteres sendo encontrados pelo caminho e partindo até o local do desfecho final, onde, enfim, Rubens Bohlen e Oliveiros Machado se encontraram.