Longevidade desejada

Paraná tenta encerrar tabu de 23 anos

Levir Culpi foi o último a conseguir passar um ano inteiro no Tricolor. Em 1993. Foto: Arquivo

Com o discurso que tem como mote a palavra ‘planejamento’, o Paraná Clube voltou ontem aos treinamentos, visando a pré-temporada, e não esconde o desejo de manter o mesmo treinador na equipe por toda a temporada de 2017, incluindo o Campeonato Paranaense e a luta ferrenha para retornar à elite do futebol brasileiro. O objetivo é seguir à risca o que vem sendo proposto desde que o novo diretor de futebol, Rodrigo Pastana, assumiu.

Porém, ao longo da história doTricolor, a constância no comando técnico do time não é o forte. Para se ter uma ideia, os treinadores mais longevos do time da Vila marcaram campanhas nos anos 1990, na primeira década de existência do clube.

O experiente Rubens Minelli comandou o time por todo o ano de 1990 e preparou a base que foi campeã parananese em 1991. Depois desta passagem, o técnico voltou outras vezes para o comando, mas não chegou a bater o próprio recorde. O paranaense Levir Culpi, cujo último clube foi o Fluminense, permaneceu como treinador do início de 1993 até março de 1994. Na oportunidade, sagrou-se campeão estadual. Para o técnico, todo o time para ser ajustado e ter bons resultados precisa passar por momentos ruins.

“Hoje não existem mais dirigentes de personalidade, que não sejam movidos apenas por resultados imediatos. Os tempos são outros. Naquela época, o Paraná tinha um ótimo elenco, ótima estrutura e confiança no trabalho do treinador”, relembrou.

Da época de Culpi para cá, lá se vão mais de 20 anos na busca pela tal estabilidade no comando técnico. Aliás, desde o rebaixamento em 2007, há quase dez anos, o que os torcedores testemunharam foi um grande entra e sai de treinadores, na maioria das vezes demitidos em função de campanhas pífias. Nestes nove anos, nada menos que 25 nomes passaram pelo posto de comandante paranista, deixando o antigo desejo de manter um trabalho com continuidade em stand by.

Para a difícil missão de colocar em prática o planejamento para a temporada, o Tricolor aposta suas fichas em Wagner Lopes que, curiosamente, não tem na constância a sua característica mais proeminente. Depois de iniciar a carreira em 2010 no modesto Paulista, de Jundiaí, ele teve breves passagens por Comercial-SP, São Bernardo, Botafogo-SP, Criciúma, Atlético-GO, Goiás, Bragantino, novamente Atlético-GO e Sampaio Corrêa, de onde foi dispensado em agosto do ano passado. Em dezembro, ele foi contratado pelo Tricolor como grande aposta para a temporada de 2017. Se a sonhada logenvidade vai se confirmar, no entanto, só o tempo vai dizer.

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