Avaí veio pra não jogar

Paraná para na marcação adversária e não entra no G4

Há quem goste desse papo de “jogo brigado”, “partida típica de segunda divisão”, “primeiro tem que marcar e depois jogar”. Para muitos, se você somar essas características ao antijogo, está feito um método inteligente de atuar fora de casa. Na verdade, é simplesmente optar por empatar. O Avaí veio para fazer isso. E conseguiu segurar o Paraná Clube nesta terça-feira (5) na Vila Capanema. Marcando, fazendo faltas, fazendo cera e ficando todo atrás nos minutos finais, os catarinenses impediram que o Tricolor fizesse um golzinho sequer – e o 0x0 acabou não deixando o time chegar ao G4 do Campeonato Brasileiro da Série B.

Mas não foi só culpa dos visitantes. O Paraná nitidamente rendeu menos do que contra o Bragantino e principalmente contra o Vasco. Foi uma chance perdida, ainda mais porque foi dentro de casa. A grande diferença entre o jogo de ontem e o contra os cariocas, por exemplo, foi que do outro lado havia um time que dava espaços, coisa que o Avaí decididamente não quis dar ao Tricolor.

Fosse só isso, tudo bem – apesar de não ser nada agradável ver um time só marcando. Mas os catarinenses entraram para não jogar. Desde os primeiros minutos os jogadores faziam cera – a cada choque, caíam, pediam o auxílio do departamento médico, saíam na maca e ao deixarem o gramado, milagrosamente estavam recuperados. Não foi uma nem duas vezes que isso aconteceu, tanto que o primeiro tempo teve quatro minutos de acréscimo. E o Avaí reclamou.

Com um rival marcando forte e fazendo faltas, a dificuldade do Paraná era chegar perto do gol de Renan. Fez isso logo no início com Válber, cabeceando para fora, e na metade da primeira etapa com Rafael Carioca, que driblou Alemão e chutou para boa defesa do goleiro avaiano. Seria somente isso não fosse um lance de pênalti do mesmo Alemão que não foi marcado pela arbitragem. E Marcos ainda garantiu o 0x0 ao defender um forte arremate de Rômulo, o melhor dos visitantes.

Na etapa final, dois fatos opostos se cruzaram. O Paraná foi mais agressivo, mas errou mais. Enquanto o Avaí recuava (e as alterações eram bem defensivas, tirando meia para colocar zagueiro, por exemplo), o Tricolor avançava, mas encontrava poucos espaços. Lúcio Flávio e Róbson também não estavam bem, tanto que saíram. Até Nadson, de volta após quarenta dias de inatividade, não conseguiu render.

Mesmo com quase todo o tempo jogando no campo adversário, chances reais foram apenas duas. Uma com Murilo cobrando falta, e a outra – a mais perigosa – com Válber chutando com categoria, bem no cantinho, e Renan salvando a pátria catarinense. Apesar da retranca, o Avaí chegou com perigo quando o Tricolor falhou, e aí Marcos teve que agir para que a situação não fosse ainda pior. O empate sem gols persistiu, teimoso, e frustrou os mais de cinco mil torcedores que foram ao estádio, mas que aplaudiram o time. Que lutou muito, mas jogou menos do que podia.

Poesia de torcedor! Leia mais sobre o futebol paranaense na coluna do Mafuz!

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