Polêmica

Entidades repudiam ação da polícia na detenção de jornalista em jogo do Paraná

Jairo Júnior, repórter da rádio Transamérica, foi detido por policial de SC. Foto: Reprodução/Transamérica.

A Polícia Militar de Santa Catarina (PM-SC) da 6.ª Região emitiu nota oficial sobre a detenção do repórter Jairo Júnior, da Rádio Transamérica, de Curitiba, durante a partida entre Criciúma e Paraná Clube, na noite da última terça-feira, no estádio Heriberto Hülse, em Criciúma, pela Série B do Campeonato Brasileiro.

Segundo a PM-SC, um supervisor da CBF solicitou apoio da polícia para auxiliar na retirada de campo do diretor paranista, Alex Brasil, que estaria em local proibido. Ainda de acordo com a PM-SC, Brasil teria se recusado a sair do local, gerando tumulto, sendo detido e assinado um Termo Circunstanciado.

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A nota ainda afirma que Jairo Júnior fazia imagens do ocorrido, mesmo ciente de que não poderia realizar estas imagens no interior do estádio, de acordo com normas da CBF, sendo também retirado pela polícia, com celulares apreendidos para servirem como provas futuras e tendo assinado Termo Circunstanciado antes de ser liberado.

Coronel da 6.ª Região da PM-SC, Manique Barreto argumentou que “foi um episódio normal dentro das atividades da polícia, feito corretamente”, em entrevista à Rádio Som Maior. Segundo o Coronel, “Jairo Júnior foi retirado pela polícia após se negar a sair do local.“

Entidades repudiam

Entidades representativas da classe jornalística repudiaram a detenção do repórter Jairo Júnior. “A Associação dos Cronistas Esportivos do Paraná (ACEP) repudia veementemente os atos de abuso de autoridade e arbitrariedade praticados por oficiais da PM-SC no Heriberto Hülse”, diz nota da ACEP.

Já a Associação dos Cronistas Esportivos de Santa Catarina (ACESC) afirmou que “repudia qualquer ato de violência que venha a ser praticado em situações dessa natureza”. Por outro lado, a entidade lembrou que a norma da CBF proíbe repórteres de rádio de fotografar e filmar no entorno do gramado e elogiou a ação da PM-SC. “Reafirmamos nossa confiança e solidariedade à gloriosa corporação da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina, sempre atenta no cumprimento de seu dever”, diz trecho da nota.

Quem também repudiou o ocorrido foi a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT). “Nada justifica a agressão a um repórter que está devidamente identificado como imprensa e no exercício da profissão. A liberdade de informação jornalística está garantida na Constituição Federal e não pode, em qualquer circunstância, ser desrespeitada”, diz a nota da entidade.

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Por fim, os Sindicatos dos Jornalistas do Paraná (SindijorPR) e Santa Catarina (SJSC), assim como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), também repudiaram a truculência da PM-SC. “Os sindicatos e a Fenaj repudiam a ação truculenta de autoridades policiais no sentido de impedir o livre exercício profissional e presta total solidariedade”, diz a nota.

“O registro da truculência e do abuso de poder é evento público, principalmente, quando revela a forma com que foram tratados funcionários do Paraná Clube. É premissa básica da profissão e um dever dos profissionais filmar e informar a situação à sociedade”, completa o texto.

Confira o momento em que repórter é detido:

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