A sensação na Vila Capanema era de alívio ao apito final de Paraná Clube 1×0 Sampaio Corrêa. O jogo foi de baixa qualidade, e talvez o único lance bonito do jogo foi o gol de Lúcio Flávio. Jogadores festejaram, o centroavante se emocionou, promessas de recuperação foram feitas, nos camarotes ouviam-se pancadas nas divisórias, como se estivesse sendo descontado na parede a raiva pelos sete jogos sem vitória. Ainda mais porque ninguém no Tricolor entendia o que estava acontecendo.

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Até a vitória sobre o time maranhense, tinham passado quatro derrotas e três empates. Três gols marcados e dez sofridos. A queda da quinta posição, às portas do G4 do Campeonato Brasileiro da Série B, para a 16ª, às portas da zona de rebaixamento. E uma sensação de que tudo havia sido feito. Tanto que o auge da crise aconteceu na noite de sábado passado, após a derrota para o Bahia por 3×0.

O técnico Marcelo Martelotte, que na entrevista coletiva tinha aberto a possibilidade de pedir demissão, realmente tomou esta atitude. Teve que ser demovido da decisão pela diretoria, que não o julgava responsável pela queda de rendimento da equipe. Mesmo topando continuar, e mesmo com a direção tricolor querendo que ele ficasse, um mau resultado contra o Sampaio deixaria a situação do treinador insustentável.

Antes da partida, o presidente Leonardo Oliveira admitiu que o jogo era decisivo para o futuro do técnico. “Nunca se traz um treinador pensando em mudança. Elas acontecem em decorrência do trabalho não estar bom. Hoje consideramos o trabalho muito bom, mas os resultados não estão aparecendo e nós precisamos de resultados”, afirmou, em entrevista à rádio Banda B. Era a posição também do departamento de futebol – queria continuar com Martelotte, mas sabia que a pressão seria imensa.

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Afinal, tudo havia sido feito. Praticamente todas as posições foram mudadas – apenas Robson começou jogando em todas as sete partidas, e tinha sido o único a marcar na fase ruim. Leandro Silva foi volante, zagueiro e lateral. Jean e Basso foram embora. O time atuou com três atacantes, três volantes, só um homem na frente. Válber, Lúcio Flávio e Nadson, até então intocáveis, viraram reservas. E nada dava certo. O jogo da terça seria a última chance.

Passou o jogo e o Tricolor venceu. Na noite fria e com chuva, a tensão era evidente por todos os lados. E ficou explícita na hora em que o gol de Fernando Karanga foi anulado por impedimento. Mesmo sendo realmente um lance ilegal, a revolta foi gigante. Que se transformou em desespero nos minutos finais, e em festa quando Lúcio Flávio escreveu a sua redenção e a do Paraná.

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Após a partida, Marcelo Martelotte desabafou. “Esses dias e semanas que as vitórias não vieram foram difíceis. A gente trabalha buscando alternativas para que o time renda o máximo possível e quando os resultados não aparecem, a gente fica preocupado e chateado. Foram semanas difíceis e dias difíceis depois da derrota para o Bahia”, resumiu.