Com quase metade do elenco saindo após o acesso à Série A em 2017 e poucos reforços confirmados até agora, o Paraná Clube inicia 2018 vivendo uma reformulação no seu grupo. Mas nada que preocupe a diretoria. O executivo de futebol Rodrigo Pastana reforçou que não vai ao mercado para fazer loucuras e sair contratando de qualquer jeito.
- Confirmado no Tricolor, Torito realiza sonho na carreira
- Apesar do susto, Paraná Clube avança na Copa São Paulo
“Sou paciente quanto à negociação. Se você faz algo com pressa não dá certo. Faço ’mea culpa’ no caso Rubén Bentancourt, por exemplo. Tínhamos pressa em contratar um atacante, trouxemos o uruguaio, mas ele não tinha condições de jogo. Vamos ter calma para fechar qualquer contrato”, explicou ele, lembrando do erro na contratação do atacante ao longo do Paranaense do ano passado.
Para o dirigente, o sucesso foi resultado desta postura. “O Paraná só se reergueu graças a essa conscientização. Profissionalizar o futebol, mas com pé no chão. Não vamos fazer loucura”, completou.
A ambição paranista reflete as mudanças trazidas por Pastana ao Tricolor. Com exceção de 2017, quando o clube conseguiu manter cerca de 50% do grupo ao longo das competições, a realidade era contar com um time na disputa do Estadual e renovar quase todo o elenco para a Série B.
Agora, a situação é diferente. Querendo já encaixar a equipe ainda no Campeonato Paranaense, o dirigente garante que a ideia é montar a base para o Brasileiro, em sua maior parte, no Estadual e depois buscar reforços pontuais.
“Nossa pretensão inicial é formar agora 70% do elenco e deixar apenas algumas lacunas para serem preenchidas depois do Estadual”, disse o executivo.
O Paraná Clube já conta com oito reforços oficializados, porém mais dois atletas já treinam com o grupo: o lateral-direito Alemão, vindo por empréstimo do Internacional, e o zagueiro Márcio, que defendeu o Coritiba em 2017.
“Está no processo de documentação e exames médicos. O anúncio será feito pelas nossas mídias sociais assim que estiver tudo certo”, explicou Pastana sobre a situação do defensor.
Mais reforços
Além desses nomes, o Tricolor ainda pode buscar mais três reforços: um lateral-esquerdo, um meia e um atacante. O meia, citado por Pastana, só será procurado caso Renatinho não fique. A negociação continua, mas o jogador recebeu propostas do futebol do exterior, o que invibializaria a sua permanência no time paranista.
“Infelizmente o mercado nacional do futebol está absurdo. Atletas e agentes estão sonhando com valores que não existem, nem para nosso país pela condição sócio-econômica em que vivemos, e muitos menos para os clubes, que têm grandes obrigações como o Profut, atos trabalhistas, além de cumprir seus orçamentos”, analisou Pastana.
Por isso, a tendência foi buscar no mercado nomes que se encaixem no orçamento e também na filosofia de trabalho, dentro e fora de campo. Caso do volante paraguaio Jorge ’Torito’ González, que ganhou muitos elogios.
“Levamos muito em consideração o tipo de profissional, principalmente um estrangeiro. As referências dele como pessoa e como profissional e foram excelentes. Ele tem mais de 60 jogos de Campeonato Paraguaio na primeira divisão, mais de 40 jogos de Sul- Americana e Libertadores. Além disso, é um cara de 29 anos, experiente e, principalmente, um líder”, ressaltou o executivo.
Diante dessa realidade financeira, o clube está atrás de contratações assertivas. Uma fórmula que deu certo em 2017 e tende a seguir o mesmo caminho em 2018, quando os gastos maiores serão no bem-estar dos atletas e, consequentemente, nos resultados.
“Optamos por investirmos mais de R$ 600 mil na estrutura do centro de treinamento. Compramos novos aparelhos na academia, melhoramos o departamento médico, reformamos a piscina, construímos mais um campo, reparamos o refeitório e construímos uma área nova de hotel. Pensamos na importância de dar mais condição de trabalho e estrutura para, assim, deixar um legado para o clube”, finalizou o dirigente.